João Miranda/FAS – unidade emergencial criada para proteger esse público da contaminação do coronavírus funciona no bairro Guabirotuba e oferece 60 vagas

Hoje, 34 pessoas estavam acolhidas na Casa de Passagem Cajuru, abrigo da Fundação de Ação Social (FAS) aberto nesta semana para atender o grupo de risco – pessoas idosas e com doenças crônicas – da população em situação de rua. A unidade emergencial criada para proteger esse público da contaminação do coronavírus funciona no bairro Guabirotuba e oferece 60 vagas.

“A população em situação de rua é, neste momento, nosso grupo prioritário de atendimento. Estamos trabalhando e buscando soluções para proteger e preservar essas pessoas”, explica o presidente da FAS, Thiago Ferro. A escolha das pessoas encaminhadas para a unidade emergencial é feita com base em uma avaliação médica realizada pela equipe do Consultório na Rua, da Secretaria Municipal da Saúde, com apoio da FAS.

Na casa de passagem, os acolhidos podem dormir em camas limpas e distantes uma das outras, se alimentar e fazer a higiene. O imóvel fica na Rua Canal Belém, 5.031, é amplo e arejado.

Local seguro – Desempregado e com problemas cardíacos, Genadir Dorcelino da Conceição, 56 anos, chegou ao novo acolhimento ontem. “Somos muito gratos pela Prefeitura trazer a gente para esse lugar”, diz Genadir, que antes era atendido na unidade de acolhimento Plínio Tourinho.

“Aqui é muito mais adequado para nós neste momento. Somos idosos, todos nós temos problema de saúde e com este vírus que está chegando aí seria fatal para nossa vida”, explica. Jair da Silva, 63 anos, também faz elogios ao novo espaço. Em situação de rua há um ano e oito meses, período em que é atendido pela FAS, ele diz ter gostado das instalações e também da oportunidade de ficar em um local isolado. “Nesta época de vírus temos que tomar cuidado”, comenta.

Acolhido pela FAS, Neri Lodi, 63 anos, diz que todos os usuários estão contentes. “Temos cama boa, comida boa, dormimos bem e os funcionários são muito gente boa”, explica. Dorcelino, Jair e Neri guardam na ponta da língua todos os cuidados que devem ter para se proteger do coronavírus, ensinamentos passados pela equipe que trabalha no local.

“Temos que lavar as mãos várias vezes ao dia, antes das refeições, e na mesa sentamos em, no máximo, três pessoas. Além disso tem álcool em gel para aumentar o cuidado”, conta Silva. “Também aprendemos que não devemos colocar a mão na boca e que devemos tossir no braço”, completa.