As férias escolares já começaram e, na cabeça de crianças e adolescentes, isso representa muito tempo livre para curtir videogame, celular e eletrônicos em geral. No entanto, essa prática, caso não seja bem dosada, pode resultar em motivo de preocupação para os pais.
 
O alerta é dado pela Dra Dayane Issaho, oftalmologista com especialização em Oftalmopediatria e Estrabismo pela Universidade Federal de São Paulo e University of Texas Southwestern, em Dallas (EUA).  Ela ressalta que forçar a vista para perto em razão dos eletrônicos tem causado uma epidemia global de miopia em pessoas geneticamente predispostas, fato que é comprovado por recentes estudos na Coreia do Sul, Austrália e Estados Unidos.
 
"Estamos vivendo uma epidemia de miopia já que atualmente crianças e adolescentes preferem, na maioria das vezes, jogar videogame, assistir vídeos e até mesmo conversar com colegas  pelo celular, ao invés de praticar atividades ao ar livre", explica  Issaho. De acordo com a Academia Americana de Oftalmologia (AAO) e com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2050, metade da população mundial será míope.
 
Além da miopia, o uso contínuo de eletrônicos, inclusive televisão, pode causar também a Síndrome do Olho Seco, uma doença que até então era diagnosticada apenas em  adultos.  "Hoje em dia, a criança fica tão focada na atividade com seu aparelho eletrônico que acaba piscando com menos frequência", diz a oftalmologista. E esse aviso serve também para os adultos.  

Inclusive há uma recomendação por parte da Sociedade Brasileira de Pediatria  em relação ao tempo de exposição de crianças em frente aos celulares, tvs e etc. Menores de dois anos devem ter contato mínimo com aparelhos eletrônicos enquanto que crianças entre dois e cinco anos, recomenda-se não ultrapassar uma hora por dia de exposição.   

Portanto, papais e mamães, muito cuidado ao liberar eletrônicos à vontade para seus filhos como passatempo e forma de manterem-se quietos. Para os pequeninos, então, atenção redobrada.  A interação com a Galinha Pintadinha pode e deve esperar. 

Sobre:
Dra Dayane Issaho é oftalmologista pela Universidade Federal do Paraná. Fez especialização em Oftalmopediatria e Estrabismo na Universidade Federal de São Paulo e na University of Texas Southwestern, em Dallas, EUA. Possui Doutorado em Oftalmologia pela Universidade Federal de São Paulo. É preceptora do setor de estrabismo da Residência Médica do Hospital de Olhos do Paraná. Possui ampla experiência no atendimento oftalmológico infantil e no tratamento clínico e cirúrgico do estrabismo