Fernando Oliveira/PRF

O chefe do setor comunicação da Polícia Rodoviária Federal, Fernando Cesar Borba de Oliveira, foi afastado do cargo pela cúpula da corporação, em Brasília, após a veiculação de uma reportagem que mostrava o aumento do número de acidentes nas rodovias federais com o relaxamento das medidas de isolamento social motivadas pela pandemia do coronavírus. A demissão foi publicada no Diário Oficial da União na última segunda-feira.

Desalinhamento
Ao jornal O Estado de São Paulo, Oliveira, que está há sete anos na corporação e ocupava o cargo há três anos, afirma que a demissão foi motivada por um suposto “desalinhamento” das informações prestadas por ele à imprensa em relação à operações de fiscalização com radares de velocidade. Além disso, a direção da PRF em Brasília também teria considerado que o policial e jornalista estaria contrariando a posição política do governo Bolsonaro, que defende a flexibilização do isolamento. Com o afastamento, Oliveria terá que voltar ao serviço operacional nas rodovias. Além disso, a PRF determinou que todas as informações a serem passadas ao público ou à imprensa têm que ser centralizadas na Coordenação-Geral de Comunicação Social (CGCOM), em Brasília.

Censura
De acordo com Oliveira, desde o segundo semestre de 2019, o setor de comunicação da PRF passou a ter uma lista de assuntos proibidos, como a questão dos radares, depois que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) determinou a retirada dos equipamentos de fiscalização das rodovias federais, mas a decisão foi revertida pela Justiça. “A situação ficou tão bizarra que, quando a pauta de uma entrevista dizia respeito a trânsito, o policial na função de porta-voz chegava à situação extrema de ter que memorizar de antemão a lista de temas proibidos, sobre os quais ele não poderia falar, porque o presidente havia feito declarações polêmicas sobre ele nas últimas semanas. Desde radar até a exigência de cadeirinha para transportar crianças, passando por exame toxicológico, entre outros assuntos”, relata o policial.Notificação
O governador Ratinho Junior (PSD) sancionou projeto aprovado pela Assembleia Legislativa que torna obrigatório laboratórios e farmácias de todo o Paraná comunicar em tempo real os resultados de exames de doenças de notificação compulsória, como a Covid-19, dengue e febre amarela, entre outras. A medida tem o objetivo de concentrar informações sobre casos no Paraná, em um esforço sincronizado para impedir o avanço de doenças infecciosas.

Positivo
Pela Lei, as Secretarias de Saúde, tanto a estadual e quanto as municipais, além do Laboratório Central do Estado (Lacen), deverão ser informados imediatamente a cada suspeita ou resultado positivo das doenças. O comunicado poderá ser realizado por telefone, e-mail ou qualquer outro mecanismo definido pelos órgãos de vigilância em saúde dos estados e municípios do Paraná.

Monitoramento
Com isso, a lei aprovada pela Assembleia e sancionada pelo governador permite às autoridades de saúde monitorar as doenças, antevendo possíveis surtos. A ideia é programar ações para evitar a propagação. O texto também busca dimensionar adequadamente a extensão das doenças em todo o Estado, com a integração entre os laboratórios particulares e órgãos de vigilância em saúde, além do LACEN.