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O juiz Paulo Sergio Ribeiro, da 23a Vara Federal Criminal de Curitiba, estabeleceu fiança de R$ 8 milhões para liberar o empresário Jorge Atherino, preso em setembro do ano passado na operação Piloto, 53a fase da Lava Jato, que investiga um esquema de pagamento propina ao grupo político do ex-governador Beto Richa (PSDB) em troca do favorecimento da empreiteira Odebrecht em uma licitação para obras de duplicação da PR 323 em 2014. No último sábado, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, concedeu habeas corpus a Atherino, determinando que a prisão preventiva do acusado seja substituída por outras medidas cautelares. Responsável pelo processo, a determinação dessas medidas ficou a cargo de Ribeiro.

Movimentação
Na decisão, afirmou que o valor da fiança foi determinado com base na denúncia, que estabeleceu como reparação mínima do dano em RS 4 milhões. E também no fato das investigações apontarem movimentações financeiras suspeitas de R$ 500 milhões nas contas de Atherino, suas empresas e pessoas ligadas a ele, entre 2014 e 2018, sendo R$ 15 milhões de depósitos em espécie. “Diante desses elementos, em especial o alto valor relacionado ao fato criminoso que foi objeto de denúncia, 4 milhões de reais, e a enorme movimentação financeira suspeita que está sendo investigada, superior a 500 milhões de reais, relacionada a JORGE THEODOCIO ATHERINO e pessoas a ele vinculadas (…) estabeleço a necessidade de pagamento de fiança, em espécie, no valor de R$ 8 milhões de reais”, decidiu Ribeiro.

Tornozeleira
Além da fiança, o empresário terá que cumprir outras medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, ficar afastado de qualquer atividade na gestão de suas empresas, deixar a residência em Curitiba ou sair do País, entregando o passaporte à Justiça. O custo dos equipamentos de monitoramento terão que ser pagos por Atherino.

Rotina
O prefeito Rafael Greca retomou ontem sua rotina de trabalho na Prefeitura de Curitiba. Greca passou dezoito dias se recuperando de uma cirurgia, mas em nenhum momento deixou de lado a gestão cidade. Tanto no Hospital Marcelino Champagnat, onde fez a cirurgia e permaneceu internado, quanto durante o período de recuperação em que ficou em casa, o prefeito manteve reuniões, passou orientações e não deixou de se dirigir à população nas redes sociais. Até o fim desta semana, o prefeito cumprirá agenda de encontros com sua equipe de trabalho.

Vexame
O deputado federal Rubens Bueno (PPS) disse ontem que a imagem do Brasil ficou arranhada com a prisão de Cesare Battisti na Bolívia. O ex-terrorista foi preso no último sábado por policiais locais e da Itália, quando passeava em uma rua movimentada em Santa Cruz de La Sierra. No Brasil desde 2004, Cesare Battisti fugiu do Brasil após a eleição do presidente Jair Bolsonaro, que prometeu extraditá-lo. “O Brasil passa por vexame internacional neste episódio.Demoraram muito tempo em decidir sobre essa questão. Só agora ele foi preso na Bolívia por policiais locais e italianos”, criticou.

Extradição
Bueno preside o Grupo Parlamentar Brasil-Itália e é autor de pedido ao ex-presidente Michel Temer para extraditar Battisti “imediatamente” do país, depois da decretação da prisão, determinada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), em dezembro passado. Desde 2007, ele trabalhava junto aos governos dos dois países para viabilizar o envio de Batttisti de volta para a Itália, onde foi condenado à prisão perpétua por quatro homicídios na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, um braço da Brigadas Vermelhas. O deputado disse ainda que Battisti foi “protegido” pelos governos do PT por mais de quinze anos.