Ao pensarmos em algo invisível, a primeira coisa que vem em mente é um super-herói que ataca os bandidos sem que eles saibam de onde vem os golpes. Levando este raciocínio para o campo das finanças, imagine que você é a pessoa golpeada por algo que não vê? Então, a primeira coisa que devemos fazer é construir uma forma de enxergar os nossos os gastos. Isso só é possível através de uma anotação de tudo o que gastamos, para que possamos reduzi-lo. Quando você não anota, eles ficam fora do controle e golpeiam fortemente nosso poder financeiro.

No final, gastos invisíveis são tudo aquilo que não anotamos e tem um peso alto na nossa capacidade de pagamento. Um exemplo é o cafezinho que tomamos e não anotamos nos nossos gastos. São geralmente custos baratos como comprar um doce ou sorvete, mas as pessoas acabam nem percebendo com o que gastou.

Os que podem ser considerados os vilões são aqueles pequenos gastos que não temos conhecimento e achamos pouco. Quando unificados, vemos que podem ser exorbitantes. Apenas um café, só uma água com gás, um sorvete, um sanduíche. Sempre aqueles gastos que não estão no nosso cotidiano. Aquele agrado que nos damos durante o dia.

Para muitos, as promoções podem ser consideradas armadilhadas para gasto a mais. Elas têm dois lados. A parte boa é a possibilidade de comprar barato. O lado ruim é que ficamos estimulados a comprar sem controle querendo aproveitar a oferta de preços reduzidos. É importante estas três perguntas antes de entrar numa promoção: eu quero? Eu posso? Eu preciso? A resposta de cada uma delas irá ser determinante para a concretização da compra, além de te ajudar na hora de economizar.

Para evitar levar um susto, é importante anotar o quanto gastou na hora que comprar, pois depois você acaba esquecendo! Alguns aplicativos já fazem isso diretamente. E os bancos começaram a usar uma funcionalidade para mapear os gastos da conta corrente e cartão de crédito. Mesmo que usando uma agenda ou caderno de controle, anote tudo, até o que achar insignificante.

Uma outra saída para evitar surpresas é já reservar uma quantia no orçamento para os gastos invisíveis. Construir uma reserva de emergência possibilita isso. A reserva de emergência deve ser o primeiro passo quando temos acesso a mecanismos financeiros de crédito ou conta bancária. Desta forma, você se protege para momentos imprevisíveis que possam surgir na vida financeira e profissional. Ela consiste em termos seis meses dos nossos gastos fixos guardados em produto de investimento de fácil acesso e que rentabilize o nosso patrimônio. E quando o vilão chamado gastos invisíveis saírem do controle, a reserva de emergência será o nosso super-herói.

Gilvan Bueno é especialista em finanças e fundador da Financier Academy, especialista em finanças, tendo trabalhado em bancos de Investimento como BTG Pactual, Itaú-Unibanco e Geração Futuro