Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Ministério Público do Rio confirmou que o senador eleito e deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) pediu, ontem cópia integral da investigação sobre as movimentações financeiras atípicas detectadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) na conta do ex-assessor Fabrício Queiroz. De acordo com a Procuradoria, o deputado estadual, valendo-se de sua prerrogativa parlamentar, “esclareceu ao MP que informará local e data para prestar os devidos esclarecimentos que porventura forem necessários”.
O filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) faltou ao depoimento que estava marcado para ontem no Ministério Público. Em nota publicada em seu perfil no Facebook, Flávio justificou sua ausência: disse que não é investigado e ainda não tivera acesso ao procedimento aberto pelo MP. O parlamentar argumentou ainda que só foi notificado sobre o convite do MP para depor na tarde do último dia 7. O MP havia divulgado em 21 de dezembro nota sobre a chamada para depoimento de ontem. “Reafirmo que não posso ser responsabilizado por atos de terceiros, como parte da grande mídia tenta, a todo custo, induzir a opinião pública”, declarou o deputado, em nota divulgada por sua assessoria. “No intuito de melhor ajudar a esclarecer os fatos, pedi agora uma cópia do mesmo para que eu tome ciência de seu inteiro teor”, justificou o senador eleito na nota.
Assim como nas outras notas divulgadas anteriormente por sua assessoria de imprensa, Flávio reafirmou que pretende prestar esclarecimentos sobre o caso, mas em uma nova data. “Ato contínuo, comprometo-me a agendar dia e horário para apresentar os esclarecimentos, devidamente fundamentados, ao MP/RJ para que não restem dúvidas sobre minha conduta.
Depósitos – Também faltaram a depoimentos no MP para falar sobre o caso o ex-assessor Queiroz, a mulher dele, Marcia Aguiar, e as filhas e Nathalia e Evelyn Melo de Queiroz. Eles alegaram problemas de saúde de Queiroz, que se trata de um câncer, para não ir à audiência.
As movimentações atípicas detectadas pelo Coaf na conta de Queiroz incluíram depósitos de assessores de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A maioria deles ocorreu em datas próximas aos dias de pagamento no Legislativo fluminense.
Segundo o relatório, Fabrício Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. De acordo com o Coaf, as transações são “incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional” do ex-assessor. Em 2016, Queiroz fez 176 saques em espécie. O policial chegou a realizar cinco saques no mesmo dia, somando mais de R$ 18 mil. No total, as retiradas chegaram a mais de R$ 300 mil.