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O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) está revisando o Plano Cicloviário de Curitiba, uma das cidades pioneiras na criação de ciclovias no Brasil. O trabalho visa a integrar este importante componente do transporte multimodal da capital, conectando-o com a rede de ônibus, de forma a melhorar a efetividade do modal.

Este trabalho ganha relevância na medida em que a já robusta estrutura existente na cidade – são 207,2 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas – está em crescimento.

Com a recente conclusão da revitalização da Avenida Manoel Ribas, por exemplo, a malha cicloviária cresceu em 3 quilômetros. Estão em fase de implantação outros 4 quilômetros ao longo do trecho norte da Linha Verde e mais 7 quilômetros serão implementados na ligação da Praça do Japão ao Capão Raso.

Já a reforma a ser feita nos terminais do Hauer e do Campina do Siqueira resultará em cada um deles em 108 novas vagas de bicicletários, com vestiário, sanitários, guarda-volumes e serviços de reparos das bicicletas. O novo terminal do Tatuquara, já em fase de licitação, também terá bicicletário. (Os dois primeiros estão em processo de aprovação de financiamento na Caixa).

Segurança
O plano está focado em prover segurança aos ciclistas e estar atrelado a políticas públicas – daí a importância das conexões intermodais, explica o presidente do Ippuc, Luiz Fernando Jamur.

A integração está estruturada, inclusive, na forma como o tema bicicleta vem sendo trabalhado pela Prefeitura. Implantado entre 2013 e 2016, o Plano Cicloviário está sendo atualizado como parte do Plano Setorial de Mobilidade, vigente na capital desde 2008 e que deve ser atualizado, conforme estabelece a legislação, a cada dez anos.

Dados preliminares da pesquisa Origem Destino, que está em fase final de elaboração pelo Ippuc, apontam que a integração pode representar um incremento ao transporte cicloviário.

Hoje 25% dos deslocamentos na capital e quase 30% na Região Metropolitana são feitos por ônibus. Já a bicicleta é utilizada em 1,9% das viagens na capital e 2,8% na RMC. “Se os modais estiverem mais bem conectados, poderão ser complementares entre si, o que deve estimular o uso”, explica Jamur. “A revisão que está sendo feita é voltada à melhoria das conexões viárias e funcionais.”

Evitar erros
Uma das preocupações dos técnicos do Ippuc é não repetir ações que nos últimos anos atrapalharam o desenvolvimento do modal bicicleta, como foi o caso dos bicicletários. Há seis desses equipamentos cobertos na cidade, instalados e abandonados na gestão anterior. Eles foram objeto de licitação para ocupação comercial, mas não houve interessados nos espaços.

A Prefeitura fará novo chamamento a interessados em ocupar os locais com prestação de serviços a ciclistas, tendo retorno comercial. “Quando se fala em mobilidade numa grande cidade como Curitiba é preciso avaliar os projetos de forma que eles tenham efetividade”, diz o presidente do Ippuc.