Divulgação – As irmãs Elsa e Anna

‘Frozen: Uma Aventura Congelante’, animação de 2013, parecia despretensiosa, mas virou bastante popular e tornou-se a maior bilheteria das animações da Disney (incluindo filmes da Pixar) até ser superada neste ano pelo remake de ‘O Rei Leão’. A história das irmãs Elsa e Anna, princesas do reino de Arendell, não tinha ganchos para uma continuação. Mas fez mais de US$ 1 bilhão nas bilheterias. Então, se fez mais de US$ 1 bilhão, era só uma questão de tempo para a Disney inventar uns ganchos para uma sequência. E eis que surge ‘Frozen 2’. A estreia está prevista para 2 de janeiro de 2020, com possíveis pré-estreias em Curitiba antes disso. 

Por incrível que pareça, ‘Frozen 2’ não é apenas um filme caça-níquel feito a reboque do original – como ‘Malévola: Dona do Mal’, lançado em outubro. A animação tem uma história mais madura, que consegue até arrendondar alguns pontos do filme anterior. Por exemplo, o destino dos pais de Elsa e Anna, desaparecidos em um naufrágio. Ou o lugar de Elsa e seus poderes congelantes no mundo. (Spoiler rápido: ao contrário do que se especulou desde 2013, o filme não traz Anna com poderes como os de Elsa).

A história começa com Elsa e Anna ainda pequenas, ouvindo histórias e canções dos pais na hora de dormir. O pai fala de uma vez em que, ainda criança, viu um encontro entre o povo de Arendell – na época regido pelo pai dele, Runeard – e o povo de uma floresta ali perto. A floresta parecia encantada, graças aos elementais do fogo, da água, da terra e do ar. O rei Runeard propõe uma união entre os povos e a construção de uma barragem, com o argumento de aumentar os poderes da água. Mas algo dá errado e os dois povos começam a brigar. Por causa disso, a floresta se fecha para sempre, envolta em uma névoa impenetrável. Anos depois, Elsa, já como rainha de Arendell, começa a ouvir vozes que vêm dessa floresta, lembra a história dos pais e resolve ir ver o que é. Ao mesmo tempo, Anna diz que não vai abandonar a irmã de novo. Kristoff, por sua vez, quer pedir Anna em casamento – e nisso tem a ajuda da rena Sven. O boneco de neve Olaf, como sempre, não para de falar. E lá se vão os cinco penetrar na névoa…

Para o bem e para o mal, ‘Frozen 2’ repete a essência do anterior. A cada sete minutos, um pouco mais, um pouco menos, os personagens param o que estão fazendo e começam a cantar. É bom ficar sabendo: ‘Into the Unknown’ (e sua versão em português, ‘Minha Intuição’), cantada por Elsa, tem tudo para ser a música mais ubíqua desses próximos meses, no mesmo nível de ‘Let It Go’. Olaf será o desafogo humorístico da história. Kristof e Sven vão correr de lá para cá. Elsa vai querer resolver tudo sozinha, agora mais confiante em seus poderes congelantes. E Anna vai estar lá para dar suporte, mesmo que Elsa não queira…

Contudo, ‘Frozen 2’ é mais que isso. Claro que as crianças vão se divertir com as músicas e com os personagens. Mas as entrelinhas do filme trazem várias mazelas do mundo dos adultos, como as consequências dos danos ao meio ambiente, o preço da traição, a dor de se saber algumas verdades e o que pode acontecer quando não há aceitação de diferenças. Uma lição para os pais darem às crianças: melhor aprender com Elsa e Anna que aprender na prática, com o mundo real.

Brasil teve estreia tardia da animação

‘Frozen 2’ foi lançado na última semana de novembro. Isso nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia. No Brasil, não. A data prevista era 2 de janeiro – embora vários cinemas, inclusive em Curitiba, pensem em antecipar em alguns dias.
A Disney no Brasil justificou a estreia tardia. Segundo o estúdio, as animações são lançadas no Brasil normalmente na primeira semana de janeiro. Foram os casos de ‘Moana’ (2016), ‘Viva: A Vida é uma Festa’ (2017) e ‘Wifi Ralph’ (2018).

Para o estúdio, a estratégia é diferente da verificada nos Estados Unidos. No Brasil, a primeira semana de janeiro já passou as festas de fim de ano e as férias escolares estão a todo vapor. Desnecessário dizer, mas as crianças e os jovens compõem a maior parte do público de filmes como ‘Frozen 2’. Nos Estados Unidos, ao contrário, o dia considerado mais lucrativo é o de Ação de Graças – a última sexta-feira de novembro.

De qualquer forma, ‘Frozen 2’ estreia no Brasil já com o caixa cheio. Com as estreias em novembro, o filme já atingiu a marca de US$ 1 bilhão nas bilheterias do mundo todo. Foi o sexto filme da Disney lançado em 2019 a bater a marca. Os outros foram ‘O Rei Leão’, ‘Aladdin’, ‘Toy Story 4’, ‘Capitã Marvel’ e ‘Vingadores: Ultimato’ – os dois últimos, da Marvel hoje um braço da Disney.