O Ministério da Economia criou um departamento do FGTS, o que vem causando ciumeira na Caixa Econômica Federal. O banco estatal é responsável pela gestão do FGTS, mas a equipe econômica defende retirar do banco a exclusividade da gestão do fundo, que tem quase R$ 500 bilhões em ativos.

A estratégia já foi comentada publicamente por integrantes do governo. A proposta é permitir que outros bancos públicos e privados participem da gestão do fundo. O trabalhador poderia escolher qual banco administraria os seus recursos depositados. A Caixa recebe por ano cerca de R$ 5 bilhões para fazer esse trabalho (1% do ativo total).

O clima entre os técnicos do Ministério da Economia e funcionários da Caixa piorou depois que o governo pediu para acelerar os estudos de liberação dos recursos do FGTS para ativar a economia.

O banco está tendo de montar às pressas uma força-tarefa para atender os cotistas nos próximos meses, o que deve lotar as agências do banco em todo o País e exigir horas extras dos seus funcionários.

Segundo o Estado apurou, a ideia é que o departamento do FGTS cuide também do PIS/Pasep e do Fundo de Compensações de Variações Salariais (FCVS), que garante a liquidação de saldos remanescentes de financiamentos imobiliários.

Um novo modelo para o fundo está em análise pela equipe econômica e pode trazer no médio prazo novas mudanças. Uma das ideias é mudar a alíquota de 8% que é descontada do salário dos trabalhadores para o fundo. Também há estudos para melhor a remuneração dos empréstimos que são feitos com recursos do FGTS.

Uma das propostas avaliadas é que os financiamentos sejam remunerados pela Taxa de Longo Prazo (TLP), nova taxa aplicada aos empréstimos do BNDES. Outra proposta é que o trabalhador possa aplicar os seus recursos no Tesouro Direto, programa de venda de títulos do Tesouro Nacional.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.