Foi-se o tempo em que os golpes mais comuns no fim do ano envolviam cartões físicos, falsos bilhetes premiados, pacotes de dinheiro. Agora, os golpes mais comuns são os virtuais, como o do aluguel falso de temporada, e aqueles aplicados em compras feitas em sites como OLX e Mercado Livre. Segundo o delegado-ajunto da Delegacia de Estelionato de Curitiba, Rodrigo Souza, desde o início de dezembro, os boletins de ocorrência sobre esses crimes já aumentaram Somente na semana passada foram quatro registros de vítimas de aluguel falso de temporada. “Nós não temos percebido aumento de casos dos golpes mais `conservadores`, mas o de compras pela internet só aumentam”, diz ele. 

No golpe do aluguel falso de temporada, após ver fotos do imóvel, geralmente nas praias do Paraná e Santa Catarina, o locatário deposita o dinheiro combinado na conta indicada e só depois percebe que não há imóvel e que as fotos são falsificadas. Para não cair nesta cilada, alerta o delegado, o locatário precisa verificar de que localidade é a conta bancária para depósito. “´Pode conseguir isso no Google, se a conta não for da mesma cidade onde a casa está sendo alugada já desconfie”, diz Souza. Ele lembra que os casos registrados em Curitiba são todos sobre sites de venda em geral, não há queixas de sites especializados, como Airbnb e AlugueTemporada.

No caso das compras online, há vítimas de todos os lados da negociação. Há quem venda que envia o produto e não recebe o dinheiro e há quem compre, pague e não receba o produto. “Eles usam muito os falsos cheques que demoram para compensar e geram um comprovante de depósito que não é seguro. O ideal é sempre verificar se o dinheiro realmente caiu na conta”,  diz Souza.   A regra básica para não ser vítima de crime de estelionato é desconfiar sempre quando a proposta ou o preço são muito convidativos. “Quando é tudo muito fácil, já dá para desconfiar”, alerta ele.


Cybercriminosos se escondem em e-mails e no whatsapp

Os cybercriminosos  também aproveitam a correria de fim de ano para  tentar capturar dados pessoais e financeiros dos incautos. “É o chamado phishing, golpe online cuja principal ferramenta de propagação é o e-mail, mas que encontrou campo vasto para procriar no WhatsApp e, mais recentemente, nas redes sociais. Ele consiste em fazer o consumidor acreditar em uma oferta superatrativa ou em uma mensagem importante de um conhecido player de mercado (geralmente um grande varejista ou instituição bancária). Basta ao destinatário clicar em um dos falsos links para que seus dados fiquem expostos”, explica marcelo Toniolo é diretor de Riscos Corporativos e Compliance do PayPal Brasil.


Dicas para evitar o phishing no dia a dia

1. Recebeu e-mail com um link desconhecido? Antes de qualquer outra coisa, verifique-o antes de clicar, passando sobre ele o ponteiro do mouse. Se na barra do programa aparecer outro destino, você estará diante de um link fake. Preste atenção também se o link contém erros de ortografia – se for o caso, é outro sinal claro de que se trata de uma página falsa.

2. Só digite suas informações de login quando a rede onde você estiver conectado for segura. Se o prefixo da página for “https”, isso significa que o site é seguro (s de “secure”, em inglês). Vá em frente! Mas, se não houver o “s”, fique atento. Há grande chance de ser um golpe online.

3. Mesmo que a mensagem (por e-mail, WhatsApp ou redes sociais) tenha sido enviada por um grande amigo seu, não clique nos links internos antes de checar os dois itens acima. Porque seus amigos podem ter sido infectados por vírus ou hackeados e nem saber que aquela mensagem foi enviada por meio de seus canais pessoais.

4. O mesmo se aplica para e-mails enviados por organizações oficiais, como bancos, financeiras, varejistas online, agências de viagem, cias aéreas, entre outros players de mercado. Lembre-se: os cybercriminosos são profissionais do engodo e trabalham para que as mensagens se pareçam o mais possível com um comunicado verdadeiro.

5. Ao descobrir uma campanha de phishing, você ganha um dever moral. Tem o dever de reportar o golpe à empresa verdadeira que foi “espelhada” na mensagem falsa. Entre em contato com a instituição financeira ou com o SAC da loja online para relatar o ocorrido. E não delete a mensagem. Envie-a, como anexo, aos canais de atendimento, para que eles possam rastrear a origem do ataque e chegar aos criminosos.

6. Tenha sempre em seu equipamento (seja ele um PC, notebook, tablet ou samrtphone) um antivírus atualizado. Em geral, esses programas ajudam muito os usuários e evitam que programas maliciosos sejam instalados e “roubem” suas informações.

7. Se puder, evite acessar sua conta de e-mail ou bancária em redes públicas de wi-fi, cybercafés ou na rua. Dê preferência à conexão 4G da rede celular ou ao wi-fi protegido da sua casa ou do seu escritório. Eis o mantra de todos nós que trabalhamos com riscos online: vida longa ao firewall! Anotou tudo? Então, é só colocar em prática e aproveitar as ofertas.