Gilson Abreu/ANPr

Os 74 anos da Tomada de Monte Castelo, batalha no Norte da Itália que marcou a participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial, foram lembrados nesta quinta-feira (21/2), em cerimônia no Museu do Expedicionário, em Curitiba. O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou no evento, junto com quatro expedicionários e familiares dos pracinhas.

O governador afirmou que a celebração mantém vivo um importante episódio da história brasileira e mundial. “É uma honra participar desta homenagem e estar ao lado dos heróis paranaenses, no alto de seus mais de 90 anos, que representaram o Brasil na Segunda Guerra Mundial e tiveram um papel importante na história”, afirmou. “As novas gerações desconhecem essa bravura e a colaboração do Exército Brasileiro para conquistar a paz naquele momento”, disse.

O governador recebeu a medalha Tenente Max Wolff Filho, criada em 1974 pela Legião Paranaense de Expedicionário, em reconhecimento às personalidades que contribuem com a manutenção da memória da campanha brasileira na Segunda Guerra Mundial. A honraria homenageia um dos pracinhas do Paraná, morto em combate. Acompanharam a cerimônia os pracinhas Modesto Mariano de Brito, Humberto Mocelim, Euvaldo Lyra e Antonio Ribeiro da Silva.

O comandante da 5ª Divisão do Exército, Tomás Miguel de Paiva, ressaltou a importância da data para as Forças Armadas Brasileiras. “É uma data nacional que precisa ser reconhecida. A nossa juventude precisa enxergar esses exemplos. Essas pessoas foram abnegadas e tiveram a ousadia, alguns voluntariamente, a se incorporar no Exército e ir a outro país para lutar contra um inimigo experiente em um conflito onde houve muitas perdas de vidas”, disse.

MONTE CASTELO – A tomada de Monte Castelo foi a vitória brasileira mais emblemática na Segunda Guerra Mundial. Após três tentativas frustradas de conquistar a região, em razão principalmente do inverno rigoroso, a Força Expedicionária Brasileira, com apoio da 10ª Divisão de Montanha dos Estados Unidos, tomou Monte Castelo em 21 de fevereiro de 1945.

A batalha foi a arrancada que permitiu a conquista de outros territórios dominados pelas tropas do Eixo, explicou o coronel Said Zendim, diretor do Museu do Expedicionário. “Aquela batalha foi o ponto de partida para as que viriam a seguir. Na quarta tentativa, os Aliados abriram uma brecha no dispositivo alemão que permitiu o avanço para o Norte”, disse. “O rendimento dos expedicionários brasileiros foi tão bom quanto o da divisão norte-americana, que passou por três anos de treinamento”, ressaltou. Os expedicionários brasileiros também lutaram em outras frentes, como nas batalhas de Montese e Castelnuovo, onde houve a rendição de uma divisão inteira alemã à tropa brasileira – episódio único em terras europeias.

MUITA EMOÇÃO – Natural de Rio Branco do Sul, Modesto Mariano de Brito tinha “oficialmente” 22 anos de idade quando se alistou. Ele conta que mentiu a idade para conseguir um emprego mais qualificado, mas acabou servindo no Regimento de Saúde como enfermeiro patrulheiro.

Mesmo indo para o front, seu papel na guerra permitiu que voltasse vivo para casa, já que não era permitido atacar os profissionais da saúde. Hoje com 96 anos, o expedicionário lembra com emoção de quando recebeu a notícia da conquista de Monte Castelo. “Eu era patrulheiro em um posto que atendia os soldados feridos. Essa foi uma vitória grande antes do término da guerra, aliviou bastante para quem esperava”, contou.

PRESENÇAS – Participaram da solenidade o secretário de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Luiz Felipe Kraemer Carbonell; o comandante da 5ª Região Militar, general Aléssio de Oliveira Silva; a presidente da Legião Paranaense do Expedicionário, Rachel Madureira Regnier; os comandantes da Polícia Militar do Paraná, coronel Péricles de Melo; e do Corpo de Bombeiros, coronel Samuel Prestes; e o deputado estadual subtenente Everton.