Salões de beleza, barbearias e serviços de depilação terão que se adequar às novas normas sanitárias vigentes no Paraná. O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, assinou nesta quarta-feira (04) uma resolução que define os requisitos mínimos para a abertura e funcionamento desse tipo de estabelecimento no Estado. 

Caputo Neto explica que a resolução é um marco legal que contribuirá para a melhoria da qualidade e segurança desses serviços. O setor da estética e da beleza cresceu bastante nos últimos anos e, por isso, é preciso que a Vigilância Sanitária também acompanhe essa evolução. Desta forma, criamos normas visando a proteção e o bem-estar de todos, disse. 

O novo regulamento técnico substitui uma resolução que estava em vigor desde 1994 e traz novas exigências que não estavam contempladas anteriormente. A grande mudança está na obrigatoriedade da utilização do aparelho de autoclave para a esterilização dos materiais de uso coletivo, como tesouras, pinças, lixa de metal e alicates de unha. 

Como em muitos estabelecimentos o cumprimento desta regra exigirá a aquisição do aparelho, os proprietários terão um prazo de 12 meses para se adaptar. A Fomento Paraná tem uma linha de crédito específica para pequenos empreendedores que poderá ser utilizada para essas adaptações. Para as demais normas, o prazo máximo de adequação será de 90 dias a partir da assinatura desta quarta-feira. 

Também não será mais permitida a reutilização da cera para depilação. Segundo o chefe do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, Paulo Costa Santana, as duas medidas auxiliam na prevenção de doenças. São ações de higiene que diminuem o risco de transmissão da hepatite B, C e o tétano, por exemplo. 

Durante as fiscalizações, os técnicos da Vigilância Sanitária também vão verificar se os cabeleireiros, depiladores, manicures e pedicures estão com as cadernetas de vacinação atualizadas. Caso haja alguma irregularidade, o estabelecimento estará sujeito às sanções sanitárias que vão desde uma notificação e multa até a suspensão da licença sanitária. 

DEBATE – Todo o texto da resolução foi amplamente discutido com os profissionais do ramo durante o segundo semestre deste ano. Seis audiências públicas foram realizadas em Curitiba, Maringá, Londrina, Foz do Iguaçu, Cascavel e Pinhais, e reuniram mais de 400 pessoas. 

Segundo Mari Deli de Medeiros, presidente do Sindicato dos Institutos de Beleza e Salões de Cabeleireiros, Centros de Estética e Similares de Curitiba e Região Metropolitana, este debate prévio sobre as normas que entram em vigor permitiu que se ouvisse o ponto de vista de quem será atingido pela nova resolução. A opinião dos profissionais e das empresas contribui para que hoje tivéssemos normas realmente aplicáveis, afirmou. 

Por fim, a proposta de resolução passou por consulta pública durante 90 dias e contou com contribuições de profissionais, estabelecimentos e entidades de todo o Paraná. 

QUALIDADE – Para a presidente da Associação dos Profissionais de Estética do Paraná, Beatriz Andreguetto, a nova resolução contribuirá para que os estabelecimentos e os profissionais autônomos qualifiquem ainda mais os seus serviços e melhorem a qualidade do atendimento ofertado a seus clientes. É importante porque agora há uma padronização das exigências, com o foco na segurança do profissional e do cliente, explicou.