Terminou sem avanços o encontro de ontem do governador Ratinho Júnior (PSD) no Palácio Iguaçu com deputados da frente parlamentar de apoio aos servidores públicos para discutir o reajuste salarial do funcionalismo. Ratinho Jr ouviu os argumentos dos parlamentares, que defendem o pagamento da data-base, com reposição da inflação dos últimos doze meses, de 4,94%, como reivindica a categoria. Mas não deu uma resposta sobre se o governo vai ou não conceder o reajuste.
Segundo relato do deputado Evandro Araújo (PSC), que participou do encontro, o governador disse que o Executivo ainda está finalizando estudos sobre a situação financeira do Estado. “Ele disse que amanhã deve ter uma reunião final e nos dará uma resposta assim que for possível”, afirmou.
O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Hussein Bakri (PSD), que intermediou a reunião, repetiu a informação já dada na véspera, de que o governo dará uma resposta ao funcionalismo até o dia 25. A data marca justamente o dia em que os sindicatos dos servidores prometem cruzar os braços e entrar em greve, caso não haja uma resposta do governo.
“Amigo do rei” – A discussão sobre a reunião motivou uma troca de farpas entre parlamentares, no início da sessão de hoje da Assembleia. O deputado Soldado Fruet (PROS) afirmou que chegou a ser convidado para o encontro com Ratinho Jr, mas depois foi desconvidado. “Não sou amigo do rei”, ironizou.
O deputado Do Carmo (PSL), que participou da reunião com o governador, não gostou da expressão usada pelo colega. “Eu estava na reunião e não sou amigo do rei”, reclamou. A data-base do reajuste anual dos servidores públicos paranaenses vence em maio. Os funcionários do Executivo – que estão com os salários congelados desde 2016 e acumulam perdas de 17% – reivindicam a reposição da inflação dos últimos doze meses.
O Fórum das Entidades Sindicais (FES/PR) promoveu uma mobilização, em frente ao Palácio Iguaçu, e também reivindicava uma reunião com o governador. Parlamentares que participaram do encontro fizeram um relato sobre ao conversa ao integrantes da entidade.
Arrecadação – Inicialmente, o governo sinalizou que não haveria nenhum reajuste, alegando que os gastos com pessoal já estão no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e que a situação da economia do País indica que não há perspectiva de aumento da arrecadação em 2019. Após os protestos da categoria no dia 29 de maio, o Executivo concordou em montar uma comissão com representantes dos sindicatos e parlamentares para discutir o assunto. Após oito rodadas, porém, as negociações não avançaram.