Cassiano Rosário – Cerca de 50 pessoas participam de manifestação no Carrefour Parolin

Um grupo de cerca de 50 pessoas participa hoje de novo novo protesto contra o racismo na sede do Carrefour Parolin, em Curitiba. 

Ontem, um grupo de cerca de 250 pessoas promoveu ato no local, no final da tarde. Com faixas, eles entraram pelo estacionamento e gritavam palavras de ordem. O supermercado então, fechou as portas. O ato de Curitiba foi convocado pelo coletivo Renato Freitas e CWB Resiste.

A morte de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro que foi espancado até a morte em uma unidade do Carrefour, em Porto Alegre, teve diversos atos marcados pelas redes sociais para protestar contra a violência que atinge a população negra no País.

Depois ainda fizeram um bloqueio em vias de acesso ao supermercado.

Na noite de quinta (19), véspera do Dia da Consciência Negra, celebrado nesta sexta (20), um homem negro, de 40 anos de idade, foi espancado no supermercado Carrefour, em um bairro da zona norte de Porto Alegre, segundo informações da Agência Brasil. Os agressores, um segurança do local e um policial militar temporário fora de serviço (exerce apenas atividades administrativas e de guarda), foram presos em flagrante e podem ser enquadrados no crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar.

Tudo aconteceu quando a vítima, identificada como João Alberto Silveira Freitas, teria discutido com a caixa do estabelecimento. Ele foi conduzido pelo segurança da loja até o estacionamento onde começaram as agressões. Um vídeo que mostra a cena circula nas redes sociais. O segurança está detido no Palácio da Polícia de Porto Alegre. Já o policial foi encaminhado para um presídio da Brigada Militar (BM).

O governador do estado, Eduardo Leite, também se manifestou pelas redes sociais. “Hoje é o Dia da Consciência Negra. Infelizmente, nesta data em que deveríamos celebrar políticas públicas e avanços na luta por igualdade racial, nos deparamos com cenas que nos deixam indignados pelo excesso de violência que levou à morte um cidadão negro”, lamentou. O governador prestou solidariedade à família de João Alberto.

A perícia foi realizada no local no fim da noite de ontem. A polícia vai analisar as imagens de câmeras de segurança e de testemunhas e vai colher depoimentos. O caso foi encaminhado para a 2ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP).

O Grupo Carrefour também se manifestou e disse que também está chocado com o crime e que toma todas as providências. O Carrefour também reiterou que rompeu o contrato com a empresa que contratava os seguranças envolvidos. A empresa disse que também vai desligar de seu quadro o funcionário que estava no comando da loja “no momento do incidente”. A nota diz ainda que, em respeito à vítima, a loja não abririra hoje a unidade em Porto Alegre.

“Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário. O Carrefour lamenta profundamente o caso. Ao tomar conhecimento deste inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa apuração interna e, imediatamente tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis sejam punidos legalmente”, diz a nota postada ainda na madrugada desta sexta.