Nesta sexta-feira (5), a partir das 14h, o Anfiteatro de Otorrinolaringologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná irá receber portadores de um sintoma muito comum: o zumbido. O encontro é organizado uma vez por mês pelo Grupo de Apoio a Pessoas com Zumbido (GAPZ) que conta com profissionais de diversas áreas para informar e orientar os participantes. O tema da vez será os principais exames médicos e audiológicos para o diagnóstico do problema.

Participante do GAPZ desde 2006, a senhora Cecília Nardelli conta que escuta o zumbido há vários anos. Os sons já variaram desde um barulho de grilo até o apito de uma panela de pressão. Ela garante que tudo que aprendeu participando do grupo a ajudou a encarar melhor o sintoma. “É importante ter informações sobre o problema, hoje consigo lidar melhor com isso”.

Segundo uma pesquisa da Faculdade de Medicina da USP, esse é um mal que acomete cerca de 20% da população brasileira. De acordo o ortodontista e ortopedista facial, Dr. Gerson Köhler, existem várias causas para o sintoma, desde problemas na via auditiva até a tensão exacerbada da musculatura do rosto. “Para se diagnosticar o zumbido é necessário consultar um otorrinolaringologista ou um otoneurologista. A partir daí dependendo do diagnóstico, pode ser necessário o apoio de um profissional de outra área”, explica o especialista, que também faz parte do GAPZ e é docente convidado da pós-graduação em Ortodontia e Ortopedia Facial da UFPR desde 1988.

Quando o zumbido é conseqüência da exacerbação da força dos músculos mastigatórios, o que acontece é uma má interpretação do cérebro. Com a correria do dia-a-dia, as pessoas ficam estressadas e muitas descarregam essa tensão na musculatura da face, o que causa o apertamento dos dentes, que pode ser com ou sem rangido. O cérebro ao invés de interpretar isso como um erro de função, pode, em determinados casos, entender e responder, ao invés de dor ou desconforto, com a sensação de zumbido.

E essas questões só começaram a ser levadas em conta a partir de 1996, graças a uma pesquisa de dois cientistas norte-americanos. “Com esta mudança, pacientes nesta condição – com  zumbido – já conseguem mais de uma forma de alívio para o desconfortante sintoma que afeta severamente o bem-estar e a qualidade de vida da pessoa, mesmo quando  o sintoma não tem a sua causa principal somente com relação à má função da  cóclea, dentro do ouvido”, afirma Köhler.

Grupo de Apoio às Pessoas com Zumbido (GAPZ)

Local: Anfiteatro de Otorrinolaringologia do Hospital de Clínicas da UFPR
Data: 05/06/2009
Horário: 14h-16h
Endereço: Av. General Carneiro, 181 – Centro