Mais um caso de violência doméstica foi registrado no Paraná na noite de ontem (30) em Sarandi, na região metropolitana de Maringá. E o mais inacreditável desta vez é o motivo da agressão: a esposa não havia feito o jantar.

A revelação sobre o que teria motivado a briga foi revelada pelo próprio marido, que tem 26 anos e foi preso após o caso. Aos policiais militares que atenderam a ocorrência, ele relatou que bateu na esposa porque chegou em casa e ela não havia preparado a comida.

A mulher de 32 anos precisou ser socorrida e levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade após levar socos no rosto e na barriga. Havia suspeita ainda de fratura no nariz dela.

No Paraná, segundo dados do Ministério da Saúde, a cada 30 horas uma mulher morre vítima de agressões. O espantoso índice de fatalidades coincide também com o alto número de registros da Delegacia da Mulher, em Curitiba. Segundo a delegada-chefe Sâmia Coser, uma média entre 20 e 25 boletins de ocorrência são confeccionados todos os dias.

Em 2014, de acordo com o Ministério da Saúde, foram 283 óbitos de mulheres por agressões intencionais, mesmo número registrado em 2013. Na comparação com 1996, primeiro ano da série histórica, nota-se um aumento de 85% no número de vítimas. Já em Curitiba foram 57 casos em 2014, representando uma alta de 67,7% nos últimos 20 anos. Para a realização do levantamento, adotou-se a mesma metodologia do Mapa da Violência, considerando-se as categorias X85 a Y09 da CID-10 (Código Internacional de Doenças), que recebem o título genérico de Agressões Intencionais.

Em Curitiba, o dia com maior número de denúncias de agressões é segunda-feira, quando a Delegacia da Mulher registra entre 25 e 30 boletins. Normalmente são de casos que ocorrem no final de semana.