Daniel Castellano / SMCS – Relatório da Rede Trans é entregue para o assessor municipal de Políticas de Diversidade Sexual

A cada 21 horas, um homossexual é morto ou se mata no Brasil. É o que revela o relatório referente ao ano de 2018 do Grupo Gay da Bahia (GGB), responsável pela manutenção do site Homofobia Mata. Ao longo do ano passado, 419 LGBTs foram mortos em todo o país, sendo que 23 das ocorrências foram registradas no Paraná, o quinto estado com mais ‘homocídios’, atrás apenas de São Paulo (58 mortes), Minas Gerais (36), Bahia (35) e Rio de Janeiro (32).

Na comparação com 2017, quando foram registrados 445 mortes de homossexuais no País (número recorde nos 39 anos desde que o GGB iniciou o seu banco de dados), nota-se uma redução de 5,8%. No Paraná, porém, o número de mortes no ano passado foi exatamente o mesmo registrado no ano imediatamente anterior.

Um outro estudo, com metodologia parecida e focado no assassinato de pessoas travestis e transexuais (grupos mais vulneráveis dentre os LGBTs), apontam que em 2018 ocorreram 163 assassinatos, sendo 158 vítimas travestis e mulheres trans, 4 homens trans e 1 pessoa não-binária. Apenas 15 casos (9% do total) tiveram os suspeitos presos.

Em 2017 haviam sido 179 assassinatos de pessoas trans, o que indica uma redução de 9,8% no ano passado. Ainda assim, não há o que se comemorar. O que houve, dizem as pesquisadoras Bruna Benevides e Sayonara Nogueira, foi um aumento da subnotificação, com a alta do número de casos não noticiados pela imprensa (34 em 2017 contra 44 em 2018).

Considerando-se os números absolutos de transfobia, apenas no Paraná foram oito casos em 2018 (mesmo número de 2017), com o estado aparecendo na sétima colocação, atrás de Rio de Janeiro (16 assassinatos), Bahia (15), São Paulo (14), Ceará (13), Pará (10) e Minas Gerais (9).


Rápida

Assessoria Municipal de Direitos Humanos
A Assessoria de Direitos Humanos da Prefeitura de Curitiba recebeu na tarde de ontem o relatório da Rede Trans Brasil com dados noticiados pela imprensa sobre violência e violação dos direitos de pessoas trans. O relatório foi entregue ao assessor municipal de Políticas de Diversidade Sexual, Allan Johan, pela diretora do Grupo Dignidade, Rafaelly Wiest, no Salão Nobre da Prefeitura. A entrega do documento marcou o Dia Nacional da Visibilidade Trans, celebrado nesta terça-feira (29).
O Dia da Visibilidade Trans é comemorado no Brasil desde 2004, quando um grupo de ativistas participou do lançamento da primeira campanha contra a transfobia, promovida pelo Ministério da Saúde. O objetivo era ressaltar a importância da diversidade e o respeito ao Movimento Trans que, de acordo com Johan, ainda tem muito o que avançar.