Franklin de Freitas – Quase centenu00e1ria

Esta sexta-feira (26) é um dia de festa para Curitiba. É que o Hospital Pequeno Príncipe (HPP), um dos maiores símbolos da beneficência curitibana, está completando 99 anos de cuidados para com a saúde de crianças e adolescentes de todos os Estados do país, em mais de 30 especialidades médicas. Uma história de luta construída por mãos voluntárias, pessoas engajadas, dedicadas e que abrem mão dos próprios interesses em prol das necessidades do próximo. 

Tudo começou em 1919, quando um grupo de mulheres, as Voluntárias do Grêmio das Violetas, se reuniram para viabilizar o atendimento em saúde à população pobre de Curitiba, principalmente crianças. Em seguida é lançado o projeto de construção do Hospital das Crianças, um sonho que viria a se concretizar onze anos depois e após muita mobilização social, em 1930.

Em 1951, o Hospital de Crianças passou a ser denominado Hospital de Crianças Dr. Cesar Pernetta. Diante da crescente demanda, contudo, vieram também as dificuldades financeiras e, em 1966, a artista plástica e ceramista Ety Gonçalves Forte se torna presidente voluntária da mantenedora do Pequeno Príncipe – Associação Hospitalar de Proteção à Infância Dr. Raul Carneiro. 

Na época, Ety chegou a bater de porta em porta pedindo comida aos pacientes que estavam internados e lavou, até mesmo, o chão da instituição. Em 1971 o Hospital muda de nome e adota o Pequeno Príncipe, ao mesmo tempo em que se consolida como referência em pediatria no país, se transformando no maior hospital pediátrico brasileiro. 
Hoje, o hospital, sem fins lucrativos, conta com 370 leitos, sendo 60 em UTIs, e realiza por ano cerca de 305 mil atendimentos ambulatoriais, mais de 22 mil internações e 20 mil cirurgias, sendo referência em alta e média complexidade. Ademais, 70% de sua capacidade é destinada ao SUS.

Não à toa, uma das diretrizes do hospital é oferecer tratamento integral e humanizado. Para isso, um conjunto de programas agrega ao cuidado em saúde a perspectiva de garantia dos direitos fundamentais. Entre eles, a inclusão de educação e cultura e de ações organizadas de voluntários.

Em busca de novos capítulos perto de se tornar centenária
Perto de se tornar centenário, o Hospital Pequeno Príncipe também escreve novos capítulos. Em junho deste ano, o hospital recebeu a licença ambiental que autoriza as obras do Pequeno Príncipe Norte – Complexo Hospitalar de Ensino e Pesquisa Juril Carnasciali Pequeno Príncipe que vai ocupar uma área de 199 mil metros quadrados no bairro Bacacheri.
Da área onde será construído o novo complexo, 104 mil metros quadrados de área verde, com nascentes e fauna, serão preservados. O projeto ainda inclui outras premissas sustentáveis como o conforto térmico e acústico e geração de energia solar.

Na área da assistência à saúde, haverá o hospital-dia e ambulatórios, e um hospital de alta complexidade. O local abrigará, ainda, faculdade, instituto de pesquisa, centro cultural e a sede do Grupo Escoteiro Jaorge Frassati. Também haverá o Jardim Botânico com ervas e plantas medicinais e o bosque nativo.