Ricardo Marajó/FAS – IR doado para Fundo da Crianu00e7a financia projetos sociais. – Na imagem

Os contribuintes, pessoa física e as empresas, que destinam parte do Imposto de Renda a pagar para entidades e projetos que atendem a infância e a adolescência podem acompanhar, na própria cidade, a diferença que este gesto faz na vida das pessoas. Para sensibilizar os contribuintes e aumentar as doações, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comtiba) e a Fundação de Ação Social (FAS) lançaram uma campanha na semana passada que lembra que empresas podem destinar até 1% do imposto devido e as pessoas físicas até 6% para o Fundo Municipal da Criança e do Adolescente, abatendo do valor na declaração de 2019.

O paraense Renato Farias Fernandes, de 4 anos, é um exemplo do retorno da destinação do recurso. Acompanhado da mãe, Célia, ele está em Curitiba para continuar o tratamento iniciado na unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná contra uma doença rara: a Síndrome de Ativação Macrofágica.

Para isso, hospedou-se na Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia (APACN) – uma das 51 entidades beneficiadas neste ano com o dinheiro das doações via IR e que recebe cerca de mil crianças e adolescentes por ano, além de seus pais e outros acompanhantes.

É a segunda vez que mãe e filho se hospedam na APACN. Além de dormir e fazer quatro refeições por dia, é lá que eles embarcam no carro que os leva até o hospital. “Sem isso, não teria como tratar meu filho”, conta Célia, que deixou o emprego de caixa em um supermercado de Tucuruí (PA) – a 3.076 quilômetros de distância de Curitiba – para cuidar da saúde do menino. No dia seguinte à sua chegada, mais 57 pessoas estavam instaladas na entidade.

Os dois hóspedes do Norte do Brasil estão entre as quase 1.700 pessoas – entre pacientes de 0 a 18 anos e seus parentes e amigos – que circulam pela APACN todos os anos e mantêm a entidade em campanha permanente para arrecadação de doações.

Segundo a responsável pela elaboração de projetos e captação de recursos, Nelise de Fátima Valenga, metade vem do interior do Paraná e metade de outros estados – muitos distantes como o do menino Renato.

Doadores próximos

Para ajudar o público que recorre à APACN, prontificam-se doadores como o engenheiro civil João Carlos Bachmann, que também é voluntário da entidade. Entre as empresas, estão o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e o fabricante de itens de higiene e limpeza Mili. Essas organizações também contribuem para outras entidades assistenciais.

Para 2019, conta Nelise, a APACN tem três metas a atingir com doações do IR: comprar cerca de 100 quilos de carne para alimentar os pacientes, que dependem da ingestão de proteína animal para o sucesso do tratamento, pagar os 15 integrantes da equipe multidisciplinar (entre eles psicólogo, nutricionista e assistente social) e reformar a cozinha da entidade.