SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um incêndio atingiu o Incor (Instituto do Coração) de São Paulo, ligado ao Hospital das Clínicas, na manhã desta sexta-feira (18). Funcionários e pacientes tiveram que ser retirados de dois andares da unidade, localizada na região da avenida Paulista, na zona oeste de São Paulo.
O fogo foi controlado após dez minutos e não deixou vítimas, segundo o Incor. O Corpo de Bombeiros diz que o incêndio começou em um motor de ar-condicionado. O prédio atingido, na área externa do hospital, é onde ficam torres de refrigeramento.
Os bombeiros dizem que foram avisados às 10h47 e que 18 viaturas foram enviadas ao local. Por volta das 11h30, a ocorrência foi finalizada.
O primeiro e o segundo andares do prédio, onde o cheiro de fumaça era mais forte, foram totalmente evacuados. Do terceiro ao nono, apenas parcialmente, de acordo com Diego Leite, da brigada de incêndio do Incor.
Em nota oficial, o hospital diz que cerca de 25 pacientes que estavam próximos a janelas foram deslocados internamente em razão da fumaça e depois retornaram aos seus leitos.
O médico Roberto Kalil Filho, presidente do Incor, disse que a ala atingida é nova, que a fumaça se espalhou pelo ar-condicionado e agradeceu ao trabalho dos brigadistas que evitaram eventual tragédia. “Os brigadistas foram heróis”, disse. Segundo ele, ninguém inalou fumaça tóxica.
A supervisora de UTI Filomena Galas contou que estava na sala de broncoscopia do hospital quando avistou as caldeiras em chamas.
“A sala ficou muito quente e tiramos os pacientes rapidamente. Só um deles teve que ser retirada de maca porque não conseguia descer a escada”, afirmou.
A dona de casa Inês Aparecida, 56, estava no 3º andar tratando de um problema cardíaco quando viu uma movimentação intensa. “Não vi fumaça, mas senti um cheiro muito forte. Ainda bem que não teve susto, se não o coração disparava”, diz.
Segundo o major Magalhães, que comandou a operação no local, apenas a perícia poderá informar as causas do fogo.
De acordo com o comandante da PM, Marcelo Salles, a brigada de incêndio do Incor conseguiu manter as chamas sob controle em um primeiro momento. “Em outubro fizemos um exercício de evacuação da instalação, mas não foi necessário dessa vez”, disse.
De acordo com o secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann Ferreira, nenhum paciente precisou evacuar o prédio por causa do incêndio. “Só [foi necessário] o afastamento das janelas. Cerca de 25 pacientes foram retirados mais para o meio do prédio, no quinto andar mesmo”, afirmou.
Por ano, o Incor faz cerca de 5.000 cirurgias, realiza 260 mil consultas médicas e responde por 13 mil internações.
Este não foi o primeiro incêndio no complexo do Hospital das Clínicas. Há 11 anos, na noite de Natal de 2007, um incêndio no quadro de energia elétrica do subsolo do Prédio dos Ambulatórios do HC, suspendeu cirurgias, provocou correria e obrigou cerca de 600 funcionários e 200 pacientes a abandonarem rapidamente o prédio -sob o risco de morrerem asfixiados.
Na ocasião, alguns pacientes precisaram ser retirados em macas e até no colo de médicos e enfermeiros.