RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Indicado nesta segunda (14) pelo governo para ocupar uma das cadeiras do conselho de administração da Petrobras, o geólogo John Forman postou em uma rede social que decidiu não aceitar o convite. Ele desistiu após a publicação de reportagens sobre condenação na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) por uso de informação privilegiada em negociações na bolsa em 2013.


Forman informou sua decisão em um comentário no LinkedIN respondendo a cumprimento sobre sua indicação no início da noite desta terça (15). Procurado pela reportagem, ele se negou a dar entrevista. Ao site EPBR, confirmou a informação e criticou a imprensa, a quem acusou de usar sua condenação na CVM para atacar o governo Bolsonaro.


Nem a estatal nem o Ministério de Minas e Energia (MME) confirmaram ainda terem recebido a negativa de Forman. Ele ocuparia uma das três vagas abertas com a renúncia de conselheiros nomeados em 2018 pelo governo Michel Temer. As outras duas serão ocupadas pelo economista João Cox e pelo almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, indicado por Bolsonaro para presidir o conselho.


Em resposta a comentário no LinkedIn, John Forman afirmou que não vai aceitar cargo no governo Reprodução 00    Forman questiona na Justiça a decisão da CVM, alegando que a condenação foi feita sem provas suficientes. O colegiado da autarquia concluiu que o geólogo tinha informação privilegiada ao vender ações da petroleira PetroRio (então chamada HRT) pouco antes de divulgação de notícia desfavorável à companhia.


Ele havia sido conselheiro da empresa entre 2008 e 2012. Foi condenado ao pagamento de multa de R$ 338.500, mas não foi impedido de participar de conselhos de companhias com ações em bolsa. No mesmo processo, a CVM condenou outro ex-administrador da companhia, Antônio Carlos de Agostini.


Os dois recorreram ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, mas perderam. Hoje, discutem a condenação na Justiça.


A indicação de Forman, Cox e Leal Ferreira é parte de um esforço do governo para renovar o conselho da estatal, indicando nomes mais alinhados com a nova gestão. Para isso, houve pressão para que conselheiros nomeados por Temer renunciassem ao cargo antes do fim do mandato, em 2020. 


O colegiado tem onze cadeiras, oito delas reservadas a representantes da União, duas para acionistas minoritários e uma para representante dos trabalhadores da companhia.