O Indicador de Incerteza da Economia, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 5,5 pontos de março para abril e alcançou 113,2 pontos. Com o resultado, ele acumula 10,7 de alta em um bimestre e volta ao patamar considerado de “incerteza elevada”, que vigorou de 2015 a 2017.

Segundo a FGV, a incerteza econômica “continua em alta e parece não dar sinais de arrefecimento. Além dos motivos internos, como as eleições em outubro e a situação fiscal, que continuam em aberto, parece que o mundo também resolveu exportar incerteza para o Brasil.

Destaque para “o aumento do preço do petróleo, o aumento do protecionismo da Era Donald Trump e consequentes tensões comerciais entre Estados Unidos e China, e a expectativa de aumento da inflação e juros americanos”, diz nota da FGV.

Dos três componentes do Indicador de Incerteza da Economia, a maior alta na incerteza foi observada no indicador de mídia, que se baseia na frequência de notícias com menção à incerteza e que cresceu 5,3 pontos.

O indicador de expectativa, baseado nas previsões de especialistas para a taxa de câmbio e para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), cresceu 4,1 pontos. Já o indicador de mercado, que se baseia na volatilidade do mercado acionário, medido pelo Ibovespa, teve a alta mais moderada: 1,0 ponto.

Confiança empresarial recua 1,4 ponto

O Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 1,4 ponto de março para abril e atingiu 93,4 pontos em uma escala de zero a 200, o mesmo patamar de dezembro de 2017.

A queda foi provocada pela expectativa dos empresários. O Índice de Expectativas caiu 1,2 ponto e passou para 98,6 pontos. Por outro lado, o Índice de Situação Atual, que mede a confiança em relação ao momento presente, avançou 0,2 ponto e chegou a 90,6 pontos.

Dos quatro setores avaliados pela pesquisa, a maior queda da confiança foi observada na indústria (-0,7 ponto, indo para 101 pontos em abril).

Números em queda

Os demais setores tiveram os seguintes recuos: serviços (-0,2 ponto, para 91,2 pontos), comércio (-0,1 ponto, para 96,7 pontos) e construção (-0,1 ponto, para 82 pontos).

Segundo a FGV, a queda da confiança do empresário em abril “parece refletir certo desapontamento do setor produtivo com o ritmo lento de atividade neste início de ano e o aumento de incertezas com a entrada do período eleitoral no radar das expectativas. A boa notícia é que os indicadores que medem a percepção sobre a situação atual continuaram subindo no mês, sinalizando que a economia continua na fase de recuperação gradual”, diz nota da FGV.