SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A produção da indústria brasileira avançou 1,1% em 2018, mas ficou abaixo do desempenho de 2017, quando cresceu 2,5%, informou o IBGE nesta sexta (1º).


Apesar do freio, o resultado do ano passado foi o segundo consecutivo no azul, após sucessivas quedas entre 2014 e 2016.


Em dezembro, o setor cresceu 0,2% na comparação com o mês anterior, na direção contrária da queda de 0,2% apontada por pesquisa da agência Reuters.


Na comparação com dezembro de 2017, a produção recuou 3,6%, ante projeção de contração de 4,2%.


André Macedo, gerente da pesquisa, destaca que, apesar de fechar 2018 em alta, a indústria perdeu ritmo no final do ano. “Atividades como alimentos, metalurgia e bebidas, que mostraram comportamento positivo no início do ano, perderam intensidade ao longo dos meses.”


No último trimestre, a produção caiu 1,1% em relação ao mesmo período de 2017, interrompendo altas que ocorriam desde o início de 2017. A perda de fôlego fica clara nas comparações trimestrais: a indústria cresceu 2,8% nos três primeiros meses de 2018, 1,8% nos seguintes e 1,2% no terceiro trimestre, na mesma base de comparação.


Pesaram também para segurar o consumo e conter investimentos as incertezas políticas ao longo de um ano eleitoral, a deterioração de relações comerciais no cenário externo e o choque provocado pela paralisação de caminhoneiros, diz Marcelo Azevedo, economista da CNI (confederação do setor).


Entre as categorias, a que mais cresceu foi a de bens de consumo duráveis, com alta de 7,6%, impulsionada por automóveis e eletrodomésticos da linha marrom.


Bens de capital, uma medida de investimento, avançaram 7,4%, devido principalmente aos bens de capital para equipamentos de transporte e para construção.


A mais recente pesquisa Focus mostra que os economistas esperam em 2019 uma expansão da indústria de 3,04% e de 3% em 2020.