SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Onze cidades do litoral de São Paulo estão em alerta ou risco de infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikunguya e febre amarela urbana, de acordo com o Ministério da Saúde. A situação acontece às vésperas do fim de ano e das férias de verão, onde as cidades litorâneas recebem muitos turistas.

Santos, por exemplo, uma das cidades em alerta, estima receber 1 milhão de pessoas para assistir à queima de fogos no Réveillon.

Nesta semana, o Ministério da Saúde divulgou os resultados do LIRAa (Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti), que mostra a situação das cidades brasileiras em relação aos criadouros do mosquito.

O Índice de Infestação Predial leva em conta os imóveis com larvas do mosquito em água parada: o índice entre 1% e 3,9% é considerado em alerta e acima disso, risco.

No litoral paulista, a situação mais grave é a de São Vicente, na Baixada Santista, com índice de 6%, e Iguape, no litoral sul, com 6,1%. Ambas as cidades estão com risco de infestação. Já Santos, Peruíbe e Itanhaém, Guarujá e Cubatão, na Baixada, e São Sebastião, Ubatuba, Ilhabela e Caraguatatuba, no litoral norte, têm índices que as deixam em alerta.

No estado de São Paulo, são 250 as cidades em situação de alerta ou de risco, segundo o ministério. A maior parte dos criadouros foi encontrada em depósitos domiciliares (4.456), depósitos de lixo (1.899) e água (629).

De janeiro a 6 de novembro deste ano, o estado registrou 9.181 casos de dengue confirmados, ante a 6.269 em todo o ano de 2017: alta de 46,4%. Houve queda em relação à chikungunya, que registrou 209 casos este ano e 354 no ano passado. Também houve 123 casos de zika neste ano e 121 em 2017. Não há casos de febre amarela urbana registrados no país desde 1940.

AÇÕES A FAZER

A Prefeitura de São Vicente afirmou por meio de nota que trabalha com visitação nas casas e se concentra em pontos estratégicos, como ferros-velhos, borracharias, cemitérios e em espaços com grande circulação. Iguape não respondeu.

Ana Paula Valeiras, chefe da Vigilância em Saúde da Prefeitura de Santos, disse que o município continua com as atividades já realizadas de controle de endemias com agentes na rua, visitas domiciliares e mutirões educativos nas escolas, empresas e comércios.

Caraguatatuba afirmou que orienta moradores e faz visitas periódicas. Já a Prefeitura de Cubatão disse que faz ações de conscientização. A gestão de Itanhaém afirmou que distribui cartazes e folhetos e faz a fiscalização de imóveis. Ubatuba disse que fez mutirões e ações educativas. Peruíbe afirmou que está intensificando ações de combate ao mosquito. São Sebastião, Ilhabela e Guarujá não responderam.

ALÉM DO ACEITÁVEL

Na Grande São Paulo, cinco cidades estão em alerta ou risco de infestação do mosquito da dengue, diz o ministério. A situação mais grave é a de Arujá, que tem índice de infestação de 6,2%. Em alerta estão Cotia (1,5%), Osasco (1,2%) e Itapevi e Guarulhos, com 1,1%.

Nessa última cidade, foram registrados 391 casos de dengue em 2017, contra 85 este ano. Guarulhos teve ainda 15 casos de chikungunya em 2017 e nove este ano. Na capital, o índice de infestação do mosquito é considerado satisfatório.

A Prefeitura de Guarulhos, sob gestão de Guti Gustavo (PSB), disse que vai “intensificar as ações de combate ao mosquito”. A administração afirmou ainda que 46% dos imóveis visitados em outubro estavam fechados ou houve recusa do morador em permitir a entrada dos agentes.

A Prefeitura de Cotia, sob gestão Rogério Franco (PSD), disse que “realiza ações preventivas e educativas junto à população”. Já a Prefeitura de Osasco, sob gestão Rogério Lins (PTN), afirmou que faz visitas domiciliares diariamente. Sob gestão de Igor Soares (PTN), a Prefeitura de Itapevi disse que visitou 12 mil casas e 2.600 caixas-d’água foram protegidas com telas. A Prefeitura de Arujá não respondeu.