Em Curitiba, a cultura empreendedora está ganhando escala, com mais negócios maduros e maiores possibilidades de conexões entre as duas pontas: do investidor e do empreendedor. Como o poder público local pode se renovar para criar melhores condições de negócios para pequenas e médias empresas, a partir de ações inovadoras? O economista, investidor-anjo, conselheiro de empresas, professor e escritor, Léo Jianoti, falou sobre o assunto com empreendedores, empresários e executivos de Curitiba. A palestra abriu o calendário de 2020 do Comitê de Legislação e Compliance, na Amcham Curitiba (Câmara Americana de Comércio), sobre esse assunto. Jianoti também concedeu entrevista a Carreira & Cia para explicar melhor sobre a comunicação entre o empreendedorismo curitibano e o poder público local.

Quais dicas você dá para as pequenas e médias empresas melhorarem a comunicação com o poder público local?

O alinhamento entre empresas e poder público local é peça fundamental para a construção de um ecossistema de qualidade. As empresas precisam entender todas as demandas regulatórias que estão envolvidas já que, muitas vezes, o mau entendimento leva ao descumprimento. Por mais complexo que possa parecer, as empresas precisam conhecer e entender todo marco regulatório envolvido e, por sua vez, o poder público precisa estar aberto para esclarecer todo questionamento, sempre num princípio de boa-fé das duas partes.

Por que a cultura empreendedora de Curitiba tem crescido cada vez mais?

O movimento empreendedor está crescendo no Brasil como um todo, e Curitiba apresenta um recorte especial de qualidade nesse cenário. Temos um capital humano muito qualificado e muito conectado (capital social). Dizem os ditados que os curitibanos interagem pouco, mas minha impressão é que somos formados por muitas conexões e elas têm pautado nosso ecossistema. Aquela expressão que muitos curitibanos falam, ‘‘Curitiba é um ovo’’, que quer dizer que todo mundo se encontra o tempo todo e se conhece, é um sinal de conexões que funcionam.

Qual a importância desse crescimento para a economia local?

A nova economia apresenta empresas de altíssimo impacto e crescimento, em especial pelo volume de novos empregos gerados. O principal impacto tem sido essa criação de novas oportunidades, ao mesmo tempo que será gerado um volume de novos impostos e toda uma nova cadeia de valor agregado.

Quais políticas, estratégias e ações ideais para que esse crescimento aumente e mantenha um bom desempenho?

Para esse crescimento, a formação de pessoas, sem dúvida, é a chave. Precisamos de gente boa e disposta a criar, empreender e construir novos negócios.


Curtas

* A PUCPR é única universidade do Paraná entre as melhores do mundo.Segundo o ranking Times Higher Education (THE), a Instituição ocupa a 13ª posição entre as brasileiras. O Times Higher Education (THE), ranking institucional de maior prestígio mundial e considerado um dos mais relevantes na área de educação superior, acaba de anunciar o resultado do Emerging Economies Ranking 2020. A PUCPR ficou classificada como a 13ª colocada entre as universidades brasileiras, públicas e privadas. O ranking reúne 533 instituições de ensino superior em 47 países de economias consideradas emergentes. Delas, 46 universidades brasileiras foram classificadas, entre públicas e privadas. No ranking anterior eram apenas 36 universidades brasileiras e a PUCPR ocupava a 24ª posição, indicando a evolução do desempenho da universidade na classificação.

*Em levantamento recente a 23ª edição da Pesquisa Global com CEOs da PwC, o estudo revelou que 78% dos líderes brasileiros estão confiantes quanto ao crescimento de suas receitas em 2020. No ano anterior, no contexto de expectativa de início de um novo governo, o otimismo era ainda maior (95%). O mesmo panorama também pode ser visto ao redor do globo – 72% dos CEOs acreditam em um bom desempenho financeiro de suas organizações em 2020, frente a 82% na pesquisa anterior. Para isso, inovar será a palavra de ordem: 89% disseram que a principal estratégia será a melhoria da eficiência operacional, enquanto 78% vão investir no lançamento de novos produtos ou serviços e 52% buscarão colaborar com outros empresários e startups.

*A partir do dia 16 de março se torna obrigatória a nova determinação da ANTT – Agência nacional dos Transportes Terrestres para emissão do CIOT – Código Identificador da Operação do Transporte. Anunciada no final de 2019, e em vigor desde 17 de janeiro, a medida coloca sob responsabilidade também do embarcador (indústria ou distribuidora) – ou de qualquer parte envolvida na contratação do transporte de cargas – a emissão do CIOT. Antes dessa resolução, a emissão ficava apenas sob responsabilidade da transportadora, ou seja, do subcontratante, ou de quem contratasse motorista autônomo de carga ou transportadora com até três veículos de cargas (ETCs) de forma direta. De uma maneira geral, o CIOT é uma garantia junto aos órgãos competentes de que todas as partes irão cumprir o acordado no processo de transporte de cargas, desde a coleta até a entrega e, principalmente em relação ao pagamento do frete.


Frase:

“Se você perdeu dinheiro, perdeu pouco. Se perdeu a honra, perdeu muito. Se perdeu a coragem, perdeu tudo.”

(Vincent Van Gogh)