Agência Brasil

A situação do senador Aécio Neves (PSDB-MG) fica cada vez mais complicada. Depois de se tornar réu no Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva e obstrução da Justiça, o tucano viu as denúncias contra si serem ampliadas por delatores do grupo J&F e da empreiteira Andrade Gutierrez.

Joesley Batista, segundo informaram os jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, afirmou em depoimento à Polícia Federal anteontem que repassou R$ 110 milhões ao senador durante sua campanha para a Presidência da República, em 2014. Para comprovar o repasse, o empresário ainda entregou aos agentes federais uma planilha em que constavam as doações, ao lado de notas fiscais e recibos.

O valor, ainda segundo Joesley, teria sido dividido entre o PSDB (R$ 64 milhões), o PTB (R$ 20 milhões) e o Solidariedade (15 milhões). Outros R$ 11 milhões foram repassados para campanhas de políticos que apoiaram Aécio na corrida pela presidência.

As denúncias, contudo, não param por aí. Joesley ainda informou ter pago uma 'mesada' de R$ 50 mil por mês ao senador entre 2015 e 2017. Os pagamentos, que ajudariam o tucano a custear suas despesas, eram feitos poe meio da Rádio Arco Íris, da qual Aécio era sócio.

A defesa de Aécio Neves nega as acusações, alegando que o empresário mente para tentar manter, "de forma desesperada", seu acordo de colaboração premiada, que há sete meses aguarda para ser discutido pelo STF.

Antes mesmo das denúncias de Joesley, porém, Sérgio Andrade, acionista da Andrade Gutiérrez, já havia complicado ainda mais a situação do senador. Na última terça-feira, ele contou que a empreiteira firmou contrato de R$ 35 milhões com uma empresa de Alexandre Accioly, amigo de Aécio, que seria o real beneficiário dos recursos.