Edson Barbosa Alves de Matos matou cinco mulheres e as estuprou. “Todas brancas e cheirosas”, disse. Duas das vítimas foram identificadas. Ele contou que gosta de violentar crianças. Matos é aquilo que a polícia chama de criminoso em série, um serial killer. Mesmo assim, os investigadores tiveram de soltá-lo. Culpa da lei eleitoral.

Em menos de 24 horas, dois autores de crimes brutais foram beneficiados em São Paulo pela norma que só permite prisões em flagrante ou por sentença definitiva a partir de cinco dias antes ou 48 horas após as eleições. O outro caso envolveu o estudante Adriano Saddi Lemos de Oliveira, de 23 anos

“Trata-se de uma lei antiga. Ela deveria servir só para crimes graves”, disse o delegado Cosmo Stikovics. O professor de Direito Penal Luiz Flávio Gomes disse que, se os criminosos quiserem fugir, ninguém poderá impedi-los.

Matos, acusado de ser o maníaco, usava pedras pesadas e um carrinho para pegar papelão. Ele os usava para abordar, estuprar matar e carregar suas vítimas. Só no último ano, confessou à polícia, ele matou cinco mulheres na zona leste. Matava-as com pedradas na cabeça para não ser reconhecido. E as estuprava porque eram “bonitas, brancas e cheirosas”.

Após matar as vítimas, Matos costumava beijá-las. A polícia já identificou duas vítimas do estuprador. Mas hoje à noite, horas após ser descoberto, foi solto.

Matos foi criado por parentes e vizinhos na região de São Miguel Paulista, na zona leste, após a separação de seus pais. Apresentando problemas mentais, na adolescência começou a trabalhar como catador de papelão e contou à polícia que, nessa época, estuprava crianças. “Nossa, já estuprei muitas menininhas mas na última vez não deu certo”, contou friamente ontem aos policiais do 22º Distrito Policial.

O maníaco foi flagrado no final da semana passado tentando estuprar uma garota de 7 anos em um terreno baldio localizado ao lado da escola Jardim Campos. Testemunhas o agrediram e ele quase foi linchado. No hospital, confessou aos policiais os estupros. Hoje, ao receber alta, recebeu a voz de prisão.

Ele disse que sua primeira vítima foi Rosilene Ribonate, de 39. “Estava caminhando com meu carrinho. Então ela passou, muito bonita, usando uma jaqueta preta e roupa jeans. Fiquei com vontade e fui atrás dela.” Ele a abordou com uma tesoura, a segurou pelos cabelos. “Ela disse: ‘Não me mate, tenho um filho’’, lembrou.