MARIO CESAR CARVALHO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O empresário Léo Pinheiro, sócio da OAS, disse em audiência em Curitiba que o presidente Lula pediu para ele destruir provas sobre propinas que a empreiteira pagou ao PT. Segundo Pinheiro, Lula e ele discutiram sobre propina em maio de 2014, dois meses depois que a Operação Lava Jato ter sido iniciada.

Lula teria perguntado se a OAS pagava propina ao PT no Brasil ou no exterior, segundo o relato feito pelo empreiteiro. Léo respondeu que pagava no Brasil, tudo segundo o empresário. O ex-presidente arguiu se ele mantinha os registros dos pagamentos feitos ao tesoureiro do PT à época, João Vaccari Neto.

O empresário disse que mantinha. Foi nesse momento, segundo Léo Pinheiro, que Lula disse para ele destruir tudo já. A pergunta sobre a discussão de propina com Lula foi feita pelo advogado do petista, Cristiano Zanin Martins, que defende o petista. Após a resposta de Léo Pinheiro, Martins ficou quieto, segundo relato de advogados ouvidos pela reportagem. O empresário não esclareceu na audiência se ele seguiu o pedido de Lula ou não.

Condenado a 39 anos de prisão e preso desde setembro do ano passado, Léo Pinheiro negocia um acordo de delação premiada no qual prometeu entregar irregularidades de Lula, do PT e de ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça). A reportagem não conseguiu resposta do Instituto Lula sobre as declarações de Léo Pinheiro.