O estádio Couto Pereira está liberado para receber jogos do Campeonato Paranense e da Copa do Brasil. Ou quase. A CBF, que vistoriou o local na última sexta-feira, diz que não há problemas em reabrir o estádio, interditado desde dezembro do ano passado. Entretanto, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) não homologou o parecer da CBF, apesar de tê-lo recebido.
O presidente em exercício do STJD, Virgílio Val, disse que não iria despachar no dia de ontem o pedido para liberação do estádio. Hoje, o Tribunal entra em recesso, por causa do Carnaval (que começa amanhã). Val afirmou que os laudos e a aprovação da CBF só serão analisados na próxima semana, após o Carnaval. Isso significa que a papelada será vista na quinta ou na sexta-feira da próxima semana, poucos dias antes do clássico com o Paraná, marcado para domingo.

Segundo o advogado Itamar Côrtes, o diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio, analisou o relatório da vistoria do estádio e deu parecer favorável à liberação. “Pelo parecer, o Couto Pereira não tem nenhuma restrição para voltar a receber jogos”, afirmou ele, em entrevista à rádio CBN. “Somente por segurança estamos aguardando a homologação do vice-presidente da entidade (STJD)”, completou, relatando que o procurador-geral Paulo Schmidt (que indiciou o Coritiba) não é contrário à liberação do estádio.

O grande problema na liberação é a questão dos prazos. O jogo entre Coritiba e Paraná está marcado para o dia 21, às 18h30. Para ser realizado no Couto Pereira, é necessário que a homologação do STJD saia no mais tardar na sexta-feira, dia 19. Nesses casos, a lei prevê um prazo de 48 horas antes do jogo.
O Couto Pereira foi interditado pelo STJD no dia 7 de dezembro, um dia após a invasão de campo por torcedores após o empate com o Fluminense, que decretou a queda do clube para Série B. Essa liberação encaminhada agora vale para partidas do Campeonato Paranaense e para a Copa do Brasil. No caso da Série B, o clube tem que cumprir a pena de perda de 30 mandos de campo — a menos que consiga abrandar o castigo em novo julgamento no STJD, ainda sem data a ser realizado.

 Cronologia do caso 

06/12/09
O Coritiba empata com o Fluminense em 1 a 1, no Couto Pereira, e com isso acaba rebaixado à segunda divisão nacional. Revoltados, torcedores invadem o gramado e promovem uma batalha campal, que termina com dezenas de feridos.

07/12/09
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) interdita preventivamente o Couto Pereira. Além disso, o clube é indiciado em vários artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).

15/12/09
O STJD considera o Coritiba culpado dos incidentes causados pelos torcedores. E pune o clube com perda de 30 mandos de campo, multa de R$ 610 mil e interdição do estádio.

18/12/09  
O Coritiba entra com recurso contra a punição imposta pelo STJD. O tribunal ainda não marcou data para apreciar o caso.

07/01/10
Sem poder usar o Couto Pereira, o Coritiba pede emprestada a Vila Capanema, do Paraná Clube, para mandar jogos no Estadual.

16/01/10
O Coritiba estreia no Paranaense e vence o Serrano por 2 a 0. Como mandante do jogo, o time da Capital usa a Vila Capanema. No estádio, a equipe ainda derrota Cianorte (2 a 1, no dia 27) e Toledo (3 a 1, no dia 31).

05/02/10
Um representante da CBF faz uma vistoria no Couto Pereira.

06/02/10
Ainda sem poder usar o Couto, o Coritiba manda o jogo contra o Iraty no Gigante do Itiberê, em Paranaguá. E vence por 3 a 1.

10/02/10
O relatório da vistoria de sexta-feira chega à CBF. No dia seguinte, é encaminhado ao STJD.

11/02/10
O STJD recebe o relatório da CBF, mas não homologa a liberação. O presidente do Tribunal, Virgílio Val, diz que só vai analisar a papelada depois do Carnaval. A CBF, porém, diz que o estádio tem condições. Nesse caso, poderia receber partidas do Campeonato Paranaense e da Copa do Brasil. Para a Série B, o clube ainda tem que cumprir a pena da perda de 30 mandos de campo. Para evitar isso, ainda é necessário julgar um recurso do clube, algo que não tem data marcada.