Enquanto em Curitiba se discute o possível aumento na pasagem de ônibus, Londrina vai reduzri a tarifa. O prefeito Barbosa Neto (PDT) sancionou nesta quinta-feira (24) a Lei nº 11.123, de 23 de fevereiro, que prevê o subsídio de R$ 6.332.000,00 para o Sistema Público de Transporte Coletivo, garantindo a redução da tarifa para R$ 2,20, cinco centavos a menos do que o praticado no momento. A tarifa passa a ser cobrada na catraca a partir da zero hora de domingo (27).

De acordo com a planilha elaborada pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) o valor da tarifa no município passaria a ser R$ 2,35, um aumento de 4,25%.  No entanto, diferentemente do que tem ocorrido em grande parte dos municípios do país, o prefeito Barbosa Neto decidiu subsidiar parte do custo do sistema, o que possibilita a redução da tarifa de R$ 2,35 para R$ 2,20, uma redução de 6,38%.

O subsídio corresponde aos valores das isenções de 50% concedidos aos estudantes e 100% concedidas aos aposentados por invalidez, pessoas com deficiência, crianças e adolescentes em situação de risco e pessoas em tratamento contínuo, previstas na lei 10.962/2010. De acordo com dados da CMTU, em Londrina 5.438 pessoas são beneficiadas com 100% da isenção e 28.066 estudantes têm direito a pagar metade do valor da tarifa.

Barbosa Neto citou o impacto imediato da redução da tarifa no bolso do usuário. No mês inteiro, a economia é de R$ 8, valor que sobe para R$ 95 se o ano inteiro for levado em consideração. Pode parecer pouco, mas enquanto grandes cidades do Brasil aumentam a passagem, nós seguimos o caminho inverso. Queremos que o transporte coletivo seja adotado cada vez mais como política municipal de nossa administração, disse o prefeito.

O subsídio das isenções por parte do poder público é inédito no município e segue o que há de referência em política pública em transporte coletivo. Até então o valor das isenções era pago pelos usuários pagantes do sistema de transporte coletivo, ao transferir estes pagamentos para o orçamento da prefeitura tornou-se possível a redução da tarifa para R$ 2,20.

O projeto encaminhado pelo Executivo e aprovado pela Câmara de Vereadores, prevê o subsídio da tarifa com recursos da arrecadação do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens e Imóveis). A redução da tarifa traz benefícios para todos os usuários que utilizam do transporte coletivo em Londrina, cerca de 80 mil pessoas, o que significa uma grande conquista para a cidade.

De acordo com o diretor de Trânsito da CMTU, Wilson de Jesus, a redução da tarifa não acontecia há 40 meses. O prefeito Barbosa Neto recompôs um desequilíbrio financeiro com os dois reajustes de seu governo. Fizemos isso com muito cuidado na apuração dos custos para os cofres municipais. O preço da tarifa que começa a ser praticado no domingo é ainda menor do que o valor aprovado anteriormente, comentou.

O município está, dessa forma, na contramão das grandes cidades do país, que reajustaram suas tarifas. Em Florianópolis, a passagem de ônibus coletivo passou de R$ 2,20 para $ 2,52; em Belo Horizonte de R$ 2,30 para R$ 2,45; São Caetano de R$ 2,30 para R$ 2,75; Santo André de R$ 2,75 para R$ 2,90; Rio de Janeiro de R$ 2,35 para R$ 2,50; Guarulhos de R 2,75 para R$ 2,90; Diadema R$ 2,50 para R$ 2,90; Salvador de R$ 2,30 para R$ 2,50 e São Paulo de R$ 2,70 para R$ 3,00.

O diretor de Trânsito da CMTU lembrou que Londrina tem buscado inovações no sistema de transporte coletivo, como a implantação das faixas exclusivas, que tiveram uma avaliação extremamente positiva dos usuários; a aquisição de ônibus com certificação de redução de emissão de poluentes e adaptados para pessoas com deficiência; e agora com a redução da tarifa. 

Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Londrina (Metrolon), Gildalmo Mendonça, a decisão de subsidiar a redução da tarifa era uma medida solicitada pelo sindicato há 14 anos. Barbosa Neto teve sensibilidade ao acatar o nosso pedido. É importante ressaltar que a lei beneficia todas as pessoas que utilizam o transporte coletivo, comentou.

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sintrol), João Batista, o subsídio representa um grande avanço no transporte coletivo. As isenções não devem passar pelo bolso de quem paga o preço normal da tarifa, argumentou.