Geraldo Bubniak/AEN

Não são somente os hospitais públicos que estão colapsados diante de tantos casos de Covid-19 em Curitiba e Região. Pelo menos três estabelecimentos privados anunciaram nesta quinta (10) restrições de atendimento diante do volume de pacientes.

O Hospital Pilar, na capital, por exemplo, anunciou que atingiu a capacidade máxima operacional do Pronto Socorro e por issso não aceitará mais pacientes e nem novos internamentos.  “Em razão do crescente número de pessoas que estão buscando atendimento nesta entidade hospitalar, informamos que hoje, dia 10 de junho de 2021, atingimos a capacidade máxima operacional em nosso Pronto Socorro. Sendo assim, estamos em restrição de atendimento. Comunicamos também, neste momento, que nos encontramos no limite máximo de ocupação nos Setores de Internação e Unidades de Terapia Intensiva, sem condições de novos internamentos. Pedimos a compreensão de nossos pacientes e informamos que retomaremos a operação normal assim que tenhamos condições de realizar novos internamentos”, diz a nota emitida pela assessoria de imprensa do Hospital Pilar. 

O Hospital Marcelino Champagnat informou que, com o aumento expressivo da procura por atendimento, o Pronto Atendimento está atuando com limitações nesta quinta-feira (10) e com leitos de UTI 100% ocupados. Em alguns momentos, o serviço atinge a capacidade máxima instalada e, por esse motivo, o atendimento fica restrito.

O Hospital Nossa Senhora das Graças também anunciou restrição de atendimento no Pronto Socorro, priorizando os casos graves. O estabelecimento também está com capacidade máxima nos internamentos.

Nesta quinta-feira (10), a taxa de ocupação dos 542 leitos de UTI SUS exclusivos para covid-19 m Curitiba está em 102%. A taxa de ocupação dos 746 leitos de enfermarias SUS covid-19 está em 94%. Há 48 leitos vagos. A SMS esclarece que os dados da ocupação de leitos em Curitiba são dinâmicos, com alterações ao longo do dia.

A Unimed Curitiba comunicou na quarta (9) que a taxa de ocupação dos leitos de UTI nos hospitais credenciais na capital paranaense estava em 98,1% e a taxa de ocupação de enfermarias, em 95,8%. 

De acordo com último boletim da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) sobre leitos, das 11 horas desta quinta (11), 347 pacientes esperavam por um leito na Região Metropolitana de Curitiba, sendo 170 à espera de uma vaga em UTI e 177, em enfermaria. Em todo o Paraná, a fila chega a 1.208 pacientes.  Não havia uma vaga sequer de leitos de enfermaria Covid SUS no Hospital Oswaldo Cruz e no Complexo de UPAS da Capital ( Boa Vista, Cajuru, Campo Comprido, CIC, Pinheirinho, Sítio Cercado). Não há também leitos de UTI Covid pelo SUS no Hospital do Trabalhador.

O atual cenário da pandemia no Brasil é de “alto risco”, segundo o novo Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado na quarta-feira (9). A estabilização do número de novos casos em patamares muito altos indica uma elevada taxa de transmissão do vírus Sars-CoV2. Além disso, pelo menos 20 Estados e o DF, além de 17 capitais, apresentam taxas de ocupação em hospitais iguais ou superiores a 80%. Essa combinação, dizem os especialistas, “demanda atenção e prudência” nos próximos dias. Segundo o estudo, Curitiba é a segunda capital com maior taxa de ocupação de leitos de UTI Covid pelo SUS, com 102%, perdendo apenas para Campo Grande (106%). 

Mais 30 mortes na capital

A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba registrou, nesta quinta-feira (10), 898 novos casos de covid-19 e 30 óbitos de moradores da cidade infectados pelo novo coronavírus. Dezessete destes óbitos ocorreram nas últimas 48 horas. As vítimas são 16 homens e 14 mulheres, com idades entre 25 e 98 anos. Treze pessoas tinham menos de 60 anos. Até o momento foram contabilizadas 5.686 mortes na cidade provocadas pela doença neste período de pandemia.

Com os novos casos confirmados, 224.008 moradores de Curitiba testaram positivo para a covid-19 desde o início da pandemia, dos quais 209.128 estão liberados do isolamento e sem sintomas da doença. São 9.194 casos ativos na cidade, correspondentes ao número de pessoas com potencial de transmissão do vírus.