Divulgação – “Lula: cumpre pena de 12 anos”

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixará pela primeira vez, desde que foi preso no dia 7 de abril, a sala especial que ocupa na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpre pena de 12 anos e um mês de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do triplex do Guarujá (SP). Nesta quarta-feira (14), Lula vai ser ouvido em outra ação penal, a do sítio de Atibaia (SP), em que é réu pelos mesmos crimes – segundo a força-tarefa da Lava Jato, o ex-presidente teria sido contemplado com propina de R$ 1,02 milhão, parte desse valor supostamente repassado pela Odebrecht e OAS por meio de obras de reforma e melhorias na propriedade rural.

Pela primeira vez, também, a Lava Jato não vai ter o mais emblemático duelo que já produziu, Lula e Sérgio Moro frente a frente. O magistrado vai pedir exoneração da carreira que segue há 22 anos para assumir, em janeiro, o superministério da Justiça e da Segurança Pública do governo Bolsonaro (PSL). Na prática, Moro já se desligou da Lava Jato e da toga.

Em duas audiências anteriores, Moro interrogou o petista, no caso do triplex do Guarujá e em um terceiro processo, o da compra de um apartamento em São Bernardo do Campo (SP) e de um terreno que, segundo a acusação do Ministério Público Federal, seria destinado ao Instituto Lula.

Nesta quarta, quem vai interrogar o ex-presidente será a juíza Gabriela Hardt, substituta da 13a Vara Criminal Federal de Curitiba, sucessora de Moro. Nos últimos dias, ela já tomou os depoimentos de outros réus da ação do sítio de Atibaia, como dos empreiteiros Marcelo e Emílio Odebrecht, delatores da Lava Jato.

Mobilização
Lideranças do PT e movimentos sociais vão acompanhar o novo depoimento do ex-presidente. O partido que Lula fundou nos anos 1980 afirma que ele é um “preso político”, após ser condenado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), por unanimidade.

O PT informou que o Comitê Nacional Lula Livre vai “acompanhar Lula em mais esse episódio de perseguição contra o ex-presidente e seu legado”. A presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), o líder da bancada petista na Câmara, Paulo Pimenta, e lideranças de diversos grupos sociais estarão em Curitiba.

PM reforça segurança no bairro do Ahu
Os acessos ao prédio da Justiça Federal, no bairro Ahu, em Curitiba, e as imediações, serão fiscalizados pelos policiais militares para garantir os procedimentos de oitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevista para ocorrer às 14 horas de hoje. A atuação da PM será em apoio à Polícia Federal e à Justiça Federal e contará com interdição de trânsito no entorno apenas durante os procedimentos de escolta e durante o depoimento.

A PM estará presente nas imediações desde o início da manhã. As escoltas do ex-presidente serão feitas pelas equipes da PF e os batedores serão os integrantes do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) para garantir a fluidez do trânsito, bem como orientar o cidadão durante o deslocamento de ida e volta do ex-presidente. Nas proximidades da Justiça Federal também haverá orientação de trânsito e congelamento da Praça em frente ao local e de parte da Avenida Anita Garibaldi na região.