O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a se posicionar conta o terceiro mandato para a disputa presidencial. Segundo Lula, se a oposição tivesse a popularidade que ele tem, teria recorrido ao terceiro mandato. “Isso não é bom para a democracia”, disse, em entrevista concedida às rádios Metrópole e Excelsior, na manhã de hoje, em Salvador. “Se a gente põe na cabeça que é insubstituível, surge um pequeno ditador. Eu acho que oito anos é de bom tamanho para a democracia e fui ao meu partido dizer para acabar com essa brincadeira de terceiro mandato.”

Lula está em Salvador para uma série de eventos. Nesta manhã, encontrou-se com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas e participa do anúncio de ampliação de investimentos da Ford no início da tarde. No fim da tarde, integrará as comemorações pelo Dia da Consciência Negra. Sobre os encontros que teve com Abbas – o primeiro foi ontem à noite, em um jantar no Palácio de Ondina, residência oficial do governador Jaques Wagner (PT), Lula disse ter conversado com ele sobre a importância de integrar mais países na discussão sobre a paz no Oriente Médio.

“Enquanto só os Estados Unidos estiverem negociando, não haverá paz”, garante. “Quem deveria estar à frente do processo é a ONU, não os Estados Unidos – que são um dos responsáveis pela crise. Por isso o Brasil reivindica mudanças na ONU, para que ela seja representativa de 2010, e não de 1948, quando foi criada, porque a geopolítica do mundo mudou.” O presidente também falou sobre a extradição do italiano Cesar Battisti. Disse que sua decisão sobre o caso já está tomada, mas só será revelada depois que o Supremo Tribunal Federal publicar a resolução de seus ministros.