SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Emmanuel Macron, presidente da França, apresentou nesta quinta (25), na sede do governo da França, localizada no palácio do Elysée, uma série de medidas que serão adotadas em resposta aos protestos dos coletes amarelos, que ocupam há 23 semanas as ruas do país.


Na primeira coletiva de imprensa do seu mandato, o presidente disse que visa colocar “o humano e a justiça no coração do projeto nacional”.


Macron anunciou a “diminuição significativa” dos impostos, mas também disse que os franceses terão de trabalhar mais. Para financiar a diminuição da arrecadação federal, haverá fechamento de brechas fiscais que beneficiam algumas empresas, aperto nos gastos do governo e aumento no número de horas trabalhadas.


Os cortes de impostos, que vêm em um momento no qual a França luta para manter seu déficit orçamentário sob controle e se ater às regras da União Européia, são equivalentes a cerca de €5 bilhões (R$ 22 bilhões), disse ele.


Divulgou ainda mudanças no sistema de aposentadorias, a serem apresentadas para o Parlamento durante o verão europeu. O governo planeja ligar as menores pensões à inflação, e não quer que a idade de aposentadoria seja maior do que 62 anos. Também quer aumentar o tempo de contribuição previdenciária dos franceses antes que eles parem de trabalhar, já que a expectativa de vida do país aumentou nas últimas décadas.


O mandatário afirmou também que quer interrompero fechamento de escolas e hospitais até o final do seu mandato de cinco anos. Também disse que pretende extinguir os empregos vitalícios para funcionários públicos de alto escalão.


Macron defendeu as reformas adotadas pelo seu governo no decorrer dos últimos dois anos. Disse ainda que os debates nacionais que vem acontecendo ao redor do país desde janeiro tinham o potencial de “gerar boas soluções”.


O encontro com a imprensa aconteceu no Salão de Festas do palácio do Elysée, em Paris. Mais de 300 jornalistas estavam registrados para o evento, inicialmente marcado para a segunda (15) da semana passada e adiado em função do incêndio na catedral de Notre-Dame.


As medidas foram anunciadas como uma resposta aos protestos que tomam as ruas do país há quase seis meses. Uma primeira leva de reformas havia sido tomada em dezembro, mas não surtiram efeito em acalmar o descontentamento de trabalhadores de baixa renda.