NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) – O ditrador da Venezuela, Nicolás Maduro, subiu ao púlpito da Assembleia-geral da ONU na noite desta quarta (26) e acusou os EUA de tentarem reavivar o imperialismo na região e ressuscitar a Doutrina Monroe, que norteava a política externa americana no século 19 e pregava “a América para os americanos”.

“Nosso país está sob ataque”, disse Maduro a uma plenária semivazia porém atenta.

O ditador afirmou que “a oligarquia global” tem interesse nas reservas de petróleo e ouro de seu país, e por isso quer estrangular sua economia com ameaças e sanções.

“Aqui mesmo, o presidente dos EUA anunciou sanções ilegais, do ponto de vista internacional, contra a Venezuela”, afirmou.

Ele também criticou a imprensa por relatar as sugestões, do próprio Trump e de terceiros, de intervenção militar na Venezuelas.

Maduro afirmou que há um plano executado pelos EUA “e seus satélites na região”, lembrando os regimes militares e golpes apoiados por Washington no passado, e que a crise migratória que assola seu país é uma invenção da mídia.

“Estão usando dois pesos e duas medidas, não falam da separação e perseguição de famílias na fronteira com o México”, afirmou, aludindo à política migratória de Trump.

O presidente americano voltou, nesta quarta, a dizer a jornalista na ONU que “todas as opções” estão sobre a mesa no caso da Venezuela.

“Todas. As fortes e as menos fortes”, disse Trump à margem da Assembleia Geral da ONU. “E vocês sabem o que quero dizer com forte”, completou, em alusão a uma possível intervenção militar americana.

“Só quero a Venezuela endireitada. Quero que as pessoas tenham segurança. Vamos cuidar da Venezuela. O que acontece na Venezuela é uma vergonha”, completou.

Em seu discurso, que na conclusão desta edição já se alongava além dos 15 minutos previstos, Maduro ainda criticou a saída dos EUA de órgãos multilaterais e o corte de apoio financeiro a tais entidades –Trump encerrou a contribuição à agência da ONU para refugiados palestinos.