A questão é polêmica. Afinal, colocar mais armas nas mãos da população significa também garantir mais segurança à sociedade?

Para o coronel da Polícia Militar Roberson Luiz Bondaruk, a resposta é ‘não’. Em entrevista concedida ao programa MP no Rádio no final de dezembro do ano passado, o especialista em segurança pública comentou, inclusive, que o efeito pode ser exatamente oposto ao desejado por quem compra armamento.

“A presença de mais armas na sociedade, mesmo na mão de inocentes, eu entendo como fator de risco, não como fator de segurança”, diz o especialista. “Basta ver as matérias jornalísticas. Quantas vezes você ouviu falar de uma pessoa com arma em casa se defender de criminoso? Poucas vezes. Agora, quantas vezes teve disparo acidental de arma de fogo, criança que pegou arma do pai sem ele saber, levou arma para escola e deu tiro em coleguinha, briga de casal que termina em morte. É muito maior o número”, complementa.

Já Willians José da Silva, da Az de Espadas, apresenta uma opinião diferente. “Hoje o cidadão depende do Estado, que não é onipresente. Tendo acesso à arma de fogo, principalmente ao porte de arma, cada cidadão vira um agente de segurança”, aponta o vendedor. “Uma sociedade, quanto mais armada, é uma sociedade mais segura, falando de armas legais.”

Uma pesquisa realizada em dezembro de 2018, contudo, mostrava que 70% dos brasileiros não pretendia comprar uma arma. O estudo ainda mostrava que a maior preocupação dos entrevistados, 37%, tem relação com a segurança pública — violência, assaltos, roubos e correlatos. A pesquisa foi do Instituto de Pesquisa IDEIA Big Data.