(Reprodução/GAPA)

Margaret Sanger, enfermeira e sexóloga, uma das responsáveis pela descoberta da pílula anticoncepcional em 1957, já defendia a ideia de que as mulheres não teriam os mesmos direitos que os homens enquanto não fossem livres sexualmente. Mas, apesar de tantas conquistas ao longo dos anos, o sexo e o uso da camisinha ainda são tabus para uma considerável parte da sociedade. O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, é data ideal para promover uma reflexão sobre o assunto e sugere a discussão da liberdade sexual e do direito de escolha da mulher.

 

Poucos sabem, mas, 870 mil mulheres são infectadas pelo HIV todos os anos no mundo e 80% foram contaminadas pelos maridos ou namorados. Tal dado coloca a AIDS como a maior causa de mortes entre mulheres em idade reprodutiva (de 15 a 49 anos) globalmente, segundo a Unaids.

 

Os números alarmantes e o fato das mulheres com parceiros fixos não se preservarem, seja por confiança ou intimidação, faz com que esse assunto se torne uma questão de utilidade pública.

 

Outra questão é geracional. A população mais jovem não conviveu com o início da epidemia de AIDS, no final dos anos 80 e início da década de 90 quando haviam poucas opções terapêuticas para o tratamento do HIV. Não perdeu parentes e amigos de maneira cruel. Hoje em dia, essa é uma doença considerada crônica e isso dificulta ainda mais a percepção da importância da prevenção contra o vírus.

 

É muito provável que a contaminação da população feminina se dê, na maioria dos casos, por uma questão comportamental da qual não se têm controle. Isso porque milhares de mulheres são contaminadas por maridos e namorados que adquirem o vírus quando se relacionam com outras pessoas.

 

Essa é a dinâmica da transmissibilidade das infecções sexualmente transmissíveis. Como frear o HIV e demais vírus? Com estratégias de prevenção.


Prevenção

 

O preservativo ainda é a forma de prevenção mais conhecida entre a população em geral. O que poucas pessoas sabem é que outras estratégias surgem como ferramentas complementares e representam, além de alternativas eficientes, a autonomia da mulher que pode se preservar sem precisar do consentimento do parceiro.

 

Chamada de Prevenção Combinada, esse conjunto de estratégias faz uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção e garante a proteção ideal para determinados públicos como as populações-chave, prioritárias ou geral.

 

Entre elas destaca-se a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), que consiste na utilização de um medicamento antirretroviral por indivíduos que não estão infectados pelo HIV, mas se encontram em situação de risco.

 

A PrEP é indicada principalmente para populações de risco como: Trabalhadores(as)do sexo, pessoas trans, homens que fazem sexo com homens e casais HIV sorodiscordantes.