Valquir Aureliano – Abstenção aumentou 64%

Mais de meio milhão de eleitores de Curitiba preferiu não votar ou não escolher nenhum dos candidatos a prefeito nas eleições do último domingo, o equivalente a 38,02% do eleitorado da Capital. O número é superior aos 499.821 votos obtidos pelo prefeito Rafael Greca (DEM), que se reelegeu com quase 60% dos votos válidos.

Ao todo, 513.256 eleitores da capital paranaense não apareceram para votar, votaram em branco ou anularam o voto no domingo. Desse total, 407.421 eleitores não foram votar, um número recorde e que representa 30,18% do eleitorado da cidade. Outros 58.780 anularam e 47.055 votaram em branco, 11,23% dos eleitores curitibanos.

O índice de eleitores que não votaram em nenhum candidato a prefeito neste ano é 40% maior do que o registrado no primeiro turno de 2016, quando 27,9% ou 395.619 eleitores se abstiveram, votaram em branco ou anularam. O maior aumento foi na abstenção, que saltou de 247.223 há quatro anos para 407.421 em 2020, um crescimento de 64,79%. No Paraná, a abstenção ficou em 15,42%, com 1.894.243 deixando de comparecer para votar.

Esse mesmo desinteresse crescente dos eleitores foi verificado no restante do País, mas em Curitiba ele ficou acima da média nacional. Neste ano, ausentes, brancos e nulos foram 30,6% do total de eleitores aptos a votarem. Isso significa que 45 milhões de brasileiros não escolheram seus candidatos, maior número desde 1996. Nas últimas municipais, de 2016, esta taxa era de 27,8%.

Fuga
Os dois estados mais populosos do Brasil também foram aqueles em que os maiores porcentuais de seu eleitorado deixaram de usar seu direito de voto: Rio de Janeiro ficou em primeiro lugar neste quesito com 39,16%, seguido de São Paulo com 37,22%.

O número de brasileiros que não compareceram às urnas no primeiro turno foi o mais alto no país nos últimos 20 anos. Foram registrados 23,15% de abstenções, frente a 17,5% na disputa passada, em 2016.

Cerca de 147 milhões de pessoas estavam aptas a votaram nesse primeiro turno. No entanto, Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contabilizou 113.281.200 votos e 34.121.874 abstenções. Uma das explicações para o aumento da abstenção foi a ocorrência da pandemia do novo coronavírus.

No Rio, o número de eleitores que não foi às urnas é maior do que o total de votos recebidos por Eduardo Paes (DEM), líder na corrida pela prefeitura —foram 1,6 milhão de faltosos, contra 974,8 mil votos em Paes (37% dos votos válidos). O total é praticamente o triplo dos votos recebidos por Marcelo Crivella (Republicanos), que irá ao 2º turno com 576,8 mil votos (21,9%).