13 de setembro é o Dia Mundial de Combate à Sepse. A data serve para conscientizar as pessoas sobre a gravidade desse problema e como ele pode ser minimizado. Sepse é a principal causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Mata mais do que o infarto do miocárdio e do que alguns tipos de câncer. Trata-se de uma inflamação generalizada do próprio organismo contra uma infecção que pode estar localizada em qualquer órgão. Essa inflamação pode levar a parada de funcionamento de um ou de mais órgãos, com risco de morte quando não descoberta e tratada rapidamente. O que muitas pessoas não sabem, é que o risco de sepse pode ser diminuído, principalmente em crianças, respeitando-se o calendário de vacinação. Manter as vacinas em dia é fundamental para reduzir os riscos desse tipo de inflamação. Infelizmente não é isso que temos visto acontecer no Brasil. Até o dia 30 de agosto, a campanha de vacinação contra poliomielite e sarampo registrou a média nacional 76% do público alvo imunizado, de acordo com o Ministério da Saúde. A queda da cobertura vacinal que tem sido registrada nos últimos anos é preocupante e já representa um risco, inclusive, para o reaparecimento de doenças graves até então erradicadas pela vacinação. Mas além de manter o calendário de vacinação em dia, outras medidas simples contribuem para prevenir infecções hospitalares que levam à sepse, como a higiene adequada das mãos e cuidados com o equipamento médico. Por isso, bons hábitos de saúde podem ajudar. Outra dica importante é evitar a automedicação e o uso desnecessário de antibióticos. Algumas pessoas têm maior risco de adquirir a sepse. Entre elas estão os prematuros; crianças abaixo de um ano; idosos acima de 65 anos; pacientes com câncer, AIDS ou que fizeram uso de quimioterapia ou outros medicamentos que afetam as defesas do organismo, pacientes com doenças crônicas como insuficiência cardíaca, insuficiência renal, diabetes; usuários de álcool e drogas e pacientes hospitalizados que utilizam antibióticos, cateteres ou sondas.  Embora não existam sintomas específicos, todas as pessoas que estão passando por uma infecção e apresentam febre, aceleração do coração, respiração mais rápida, fraqueza intensa e tonturas e pelo menos um dos sinais de gravidade, como pressão baixa, diminuição da quantidade de urina, falta de ar, sonolência excessiva ou ficam confusos devem procurar imediatamente um atendimento médico.
Sinais de sepse
Aceleração da frequência respiratória.
Falta de ar.
Aceleração dos batimentos cardíacos.
Temperatura acima de 38 °C (febre).
Temperatura abaixo de 36 °C (hipotermia).
Fraqueza extrema.
Vômitos.
Diminuição da quantidade de urina.
Queda da pressão arterial.
Alterações da consciência com sonolência, agitação ou confusão mental (especialmente em idosos).
Quais os tipos de infecção que podem evoluir para sepse?
Qualquer tipo de infecção, leve ou grave, pode evoluir para sepse. As mais comuns são a pneumonia, infecções na barriga e infecções urinárias. Por isso quanto menor o tempo com infecção, menor a chance de surgimento da sepse. O tratamento rápido das infecções é fundamental para minimizar as chances de sepse.
Como é o tratamento?
O principal tratamento da sepse é administrar antibióticos pela veia o mais rápido possível. Podem ser necessários oxigênio, líquidos na veia e medicamentos que aumentem a pressão arterial. A diálise pode ser necessária se os rins pararem de funcionar. Um aparelho de respiração artificial pode ser utilizado em caso de dificuldade respiratória grave.
* Jaime Rocha é infectologista da Unimed Laboratório e Diretor de Prevenção e Promoção à Saúde da Unimed Curitiba.