Franklin de Freitas

Silvana Maria Bora foi a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19, em Curitiba, nesta manhã de quarta-feira, 20 de janeiro. Ela foi escolhida por ser enfermeira e atuar na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Boa Vista e é servidora da rede municipal de saúde há 20 anos. Atua na linha de frente da urgência e emergência desde os primeiros casos de COVID-19 ocorridos no município.  A primeira dose de CoronaVac da Capital do Paraná foi aplicada pela Secretária Municipal de Saúde, Márcia Huçulak. 

O ato simbólico que marcou o início da vacinação na cidade foi realizado nesta quarta-feira (20/1), no Centro de Eventos Positivo, no Parque Barigui, chamado pelo prefeito Rafael Greca de “pavilhão da cura”.

 “Nós ainda não temos todas as vacinas, mas a melhor vacina é a que temos”, reforçou o prefeito, durante a cerimônia que marcou o início da imunização na capital. “O otimismo é perfume da vida”.

Greca reforçou que a vacina é o principal e único instrumento comprovado de combate efetivo ao novo coronavírus e disse que vai fazer todos os esforços para que Curitiba seja a primeira capital a ter a maior parte de sua população imunizada.

“A vacina é uma vitória da ciência”, afirmou. “A maior obra desta gestão é a saúde pública. Em nenhum outro momento foi investido tanto como investimos na área da saúde.”

Pioneira alerta

A primeira pessoa vacinada é servidora pública há 20 anos. Silvana atua na linha de frente de urgência e emergência desde o começo da pandemia. Ela foi vacinada pela secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, que é enfermeira. 

 “Espero que a vacina resolva o problema da pandemia, mas não podemos nos descuidar”, alertou Silvana, que defendeu o uso de máscaras, de álcool em gel para higienização das mãos e o distanciamento social como medidas de prevenção.

O apelo da enfermeira foi reforçado pela secretária. Segundo ela, a vacina vai eliminar a circulação do vírus e ajudar a organismo a preparar defesas, mas os cuidados precisam ser mantidos.

Horário marcado

Márcia Huçulak também advertiu que os moradores de Curitiba não devem ir ao Parque Barigui em busca da vacina nesta primeira fase, voltada aos grupos prioritários: profissionais de saúde, idosos de instituições de longa permanência e seus cuidadores, e indígenas.

“Ninguém deve vir ao Barigui se não for convocado pelo aplicativo Saúde Já”, esclareceu a secretária, que conta com 1,8 milhão de usuários cadastrados no sistema.

O Saúde Já vai emitir o comprovante para os moradores que concordarem com a imunização e forem vacinados. Importante: o sistema permite que usuários vinculem parentes. Isso facilita para a informação chegar a quem ainda não o baixou o aplicativo.

 

Pioneiros

Outras quatro pessoas receberam, depois de Silvana, a primeira dose da Coronavac na cerimônia – a segunda dose deve ser aplicada dentro de 22 ou 28 dias, como explicou o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Clóvis Arns da Cunha.

“A vacina é muito eficaz para evitar doença grave, ou seja: ninguém vai precisar de hospital, nem morrer de covid”, afirmou o infectologista.

O médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Igor Onaka, um dos vacinados, chegou a ser agredido por um paciente inconformado com a suspeita de coronavírus, em abril de 2020.

“É uma novela que está terminando. Sinto alívio e esperança de que o fim da pandemia está próximo”, comentou Onaka, há 10 anos atuante na urgência e emergência de Curitiba.

A profissional de limpeza Thais Ribeiro Dessanti saiu de seu plantão de trabalho no Hospital Vitória e foi direto receber a vacina no Barigui. Ela trabalha no Vitória desde que a ala clínica para pacientes de covid-19 foi aberta na unidade, em junho do ano passado.

“Fiquei bem emocionada porque eu sei o peso de ser uma das primeiras a tomar a vacina”, disse Thais. “Estou muito feliz”.

Presente à cerimônia, assim como o vice-prefeito Eduardo Pimentel, o secretário estadual da Saúde Beto Preto exaltou os profissionais escolhidos para receber a primeira dose da Coronavac.

“Essas equipes estão trabalhando sem parar há 11 meses e merecem o nosso respeito”, destacou o secretário Beto Preto.

Elizabete Moraes Silva, médica intensivista do Hospital Municipal do Idoso, e Claudia Maria dos Santos, técnica de enfermagem da unidade saúde Capanema, completaram o time de vacinados durante o ato simbólico.

Elizabete é médica intensivista do Hospital do Idoso desde 2012. Ela atuou no Hospital Vitória de junho a dezembro de 2020, exclusivamente no enfrentamento à covid-19. Formada em medicina fez residência médica em nefrologia na USP de Ribeirão Preto.

Já Claudia é técnica de enfermagem da US Capanema. Servidora da rede municipal de saúde há 16 anos, sendo uma referência na comunidade pelo trabalho de vacinação que realiza.