Uma criança de apenas 10 anos chamada Gabriela Ximenes foi espancada na última semana na saída da escola em que estudava, em Campo Grande (MS), e na manhã desta quinta-feira (06/12) acabou falecendo por conta de complicações de uma cirurgia realizada na Santa Casa. As agressoras seriam três adolescentes, colegas de escola da vitima.

Num depoimento emocionado, Carlos Roberto, pai de Gabriela, disse que a filha começou a ser agredida ainda dentro da escola. A briga começou após uma das colegas xingar sua mãe de "prostituta". Durante a violência, uma das meninas envolvidas nas agressões teria dito para a jovem:

"Vou te deixar na cadeira de rodas".

As agressões aconteceram por volta das 17 horas do dia 29 de novembro, a cerca de 100 metros da Escola Estadual Lino Villachá, onde a vítima cursava o 4º ano do ensino fundamental. 

Foi o próprio pai da menina que a encontrou no chão, chorando de dor. As agressoras teriam utilizado uma mochila com um objeto pontudo para ferir a criança, que não soube dizer ao pai o que a teria ferido.

Segundo a Polícia Civil, que investiga o caso, uma colega de sala da vítima, que também tem 10 anos, e duas adolescentes de 14 anos seriam as responsáveis pela agressão. Diligências já estão sendo feitas para identificar as agressoras e as causas da violência. 

O pai da menina que faleceu, contudo, também reclama de negligência no atendimento médico recebido inicialmente. Gabriela foi levada logo após as agressões para a Santa Casa, ficou em observação por um dia e passou por exames. Como esses não indicaram qualquer alteração, ela foi liberada após ser medicada.

Na quarta-feira (04/12), porém, a menina voltou da escola com muita dor na perna. Foi levada a uma Unidade de Pronto Atendimento, onde passou por um raio-x que, novamente, não indicou nada de estranho. Essa profissional, porém, optou por encaminhar a jovem para o Centro de Especialidades Médicas da capital sul-matogrossense, onde um médico ortopedista constatou um risco preto e encaminhou a jovem novamente para a Santa Casa.

Ao chegar no hospital, porém, o estado da garota havia piorado. Ela precisou ser internada às pressas, em meio a gritos e choro de dor, e os médicos tiveram de fazer uma cirurgia para retirar uma secreção da perna dela, que havia atingido os pulmões. Durante o procedimento, contudo, Gabriela teve sete paradas cardiorrespiratórios e não resisiu.