De acordo com informações da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (FENAUTO), a alta na venda de veículos seminovos segue plena. Com uma valorização de 20% no valor de carros populares durante a primeira metade de 2021, e um crescimento de 55% nas vendas neste ano, a alta deve ficar estável, tendo como pano de fundo a falta de insumos e a baixa produção de novos veículos.

O mês de agosto

O mês de agosto reforça a tendência positiva do mercado. Em Belo Horizonte, por exemplo, foram comercializados 46.158 veículos, ou seja, um crescimento de 6,2% em relação ao mês de julho, que encerrou com a venda de 43.455 unidades. No comparativo com o mês de agosto de 2020, os números são ainda mais chamativos. Foram vendidas 40.139 unidades, representando um crescimento de 15% de acordo com dados da FENAUTO.

Crise na produção de veículos novos

A crise dos semicondutores continua respingando na venda de veículos e, em especial, no de veículos novos. A pandemia de Covid-19 acabou direcionando os componentes eletrônicos presentes em diversas partes do veículo para a fabricação de eletrodomésticos e eletrônicos, fazendo com que fosse criado um hiato nas montagens de veículos zero-quilômetro, influenciando, consequentemente, na venda de carros usados.

O tempo exigido para a entrega cresceu, e a escassez de veículos novos e peças também é notada a partir da paralisação ou suspensão parcial do trabalho de algumas montadoras brasileiras. Isso causou uma valorização e mais buscas por modelos seminovos e usados, influenciando em uma venda de veículos usados acima da média.

A crise de semicondutores deve se manter até o primeiro semestre de 2022. Em conjunto com o aumento do combustível, a insegurança na utilização de transportes públicos por conta da pandemia de Covid-19, além da inflação, que reduz o poder de compra, e o estímulo à busca por veículos econômicos e manutenção baixa, a venda de veículos usados pode bater recordes.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) publicou números sobre a falta dos semicondutores, e aponta que até 120 mil veículos deixaram de ser fabricados no primeiro semestre. Além disso, segundo levantamento publicado pela KBB Brasil (Kelley Blue Book Brasil), empresa especialista em pesquisa de preços veiculares, os modelos com quatro a dez anos de utilização foram valorizados, em média, 13% no primeiro semestre do ano.

De acordo com o presidente da Associação de Revendedores de Veículos do Estado de Minas Gerais (ASSOVEMG), Glênio Junior, pouca coisa deve mudar nos próximos meses: “A crise ocasionada pela pandemia tem afetado o mundo todo. A falta de componentes eletrônicos segue sendo a principal razão para a redução na produção de carros novos; concomitantemente, a demanda por veículos particulares subiu como barreira sanitária”.

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