Franklin de Freitas – Dia do Desafio

Curitiba encarou nesta quarta-feira (29) o Dia do Desafio, uma campanha que visa o incentivo à prática de atividade física e esporte, estimulando a adoção de hábitos mais saudáveis por meio da competição entre cidades de diversas partes do planeta e do País — neste ano Curitiba enfrentou São Gonçalo (RJ). No Paraná como um todo, foram 364 cidades participando da iniciativa de combate ao sedentarismo e promoção da qualidade de vida por meio de atividades físicas.

Verdade seja dita, a população paranaense — e em especial a curitibana — parece se preocupar cada vez mais com a saúde e a prática de exercícios. E isso se comprova pelo número de empresas cuja atuação é voltada para o condicionamento físico, um setor que mesmo em meio à crise econômica não para de crescer. E, pelas estatísticas do Ministério da Saúde, também demonstram que o número de adultos que praticam pelo menos 150 minutos de atividade física por semana bateu recorde na Capital.

Segundo dados levantados pelo Empresômetro a pedido do Bem Paraná, atualmente existem 1.142 empresas ativas com atividades voltadas para condicionamento físico em Curitiba, o que inclui academias de ginástica, de aeróbica, de musculação e atividades como ioga e pilates, entre outros. Isso significa que há hoje, na Capital, aproximadamente uma academia para cada 1.679 habitantes. Já no Paraná, são 4.313 empresas investindo na prática esportiva, com a média de uma academia para cada 2.631 paranaenses.

Além do número expressivo de estabelecimentos, o setor segue em crescimento mesmo em meio à crise econômica (embora o ritmo de crescimento tenha desacelerado). Desde 2014 foram inauguradas 757 empresas em Curitiba, sendo 86 no último ano e 48 no ano corrente. Já no Paraná, 2.892 empresas abriram as portas nesse mesmo período, com 399 inaugurações no ano passado e 203 neste ano.

E se há mais empresários apostando no setor, pode ser um sinal de que também a demanda tem crescido. De acordo com o estudo Vigitel Brasil, divulgado anualmente pelo Ministério da Saúde, em 2014 apenas 36,8% da população praticavano tempo livre pelo menos 150 minutos de atividades físicas de intensidade pelo menos moderada — é o tempo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda para que o indivíduo mantenha a forma física e previna doenças. Em 2017, o percentual já havia subido para 41,6%.

Na outra ponta, o porcentual de adultos com prática insuficiente de atividade física está em queda na Capital. Em 2014, os sedentários respondiam por 45,2% da população adulta da cidade. Em 2017, já havia caído para 42,7%, com destaque para a redução do sedentarismo e aumento das atividades físicas entre as mulheres.

Curitiba é a quarta cidade mais ‘amiga’ das atividades físicas
Divulgado em novembro do ano passado, o projeto “Ranking das Capitais Brasileiras Amigas da Atividade Física”, realizado por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), revela que Curitiba é a quarta capital mais amiga das atividades físicas no país.

O ranking foi feito a partir de dados de instituições como o IBGE e o Ministério da Saúde, levando-se em consideração aspectos como o acesso a espaços de lazer, ao transporte público, desenho urbano, estrutura viária para atividade física, mortes no trânsito e criminalidade.

Com escore de 0,57, Curitiba foi a capital da região Sul com melhor pontuação. Em todo o país, apenas Vitória (0,64), Belo Horizonte (0,88), e São Paulo (1,15) ficaram na frente da capital paranaense.

Brasil é o segundo maior mercado do mundo na área
Dados divulgados recentemente pela IHRSA (International Health, Racquet & Sportsclub Association) mostram que o Brasil é o segundo país com mais academias em todo o mundo. O estudo, que pesquisou informações de 65 mercados mundo afora, aponta que em 2018 haviam 34.509 academias no país. Apenas os Estados Unidos apresentam um número mais expressivo (38.477), enquanto o México, terceiro colocado, fica bem atrás dos brasileiros,com 12.376 academias.

Em número de clientes dessas academias, o país fica na quarta colocação, com 9,6 milhões, atrás de EUA (60,8 milhões), Alemanha (10,6 milhões) e Reino Unido (9,7milhões). Já em termos de faturamento, ocupa apenas a 10ª colocação, com 2,1 bilhões de dólares, enquanto os EUA, que também lideram no quesito, faturam 30 bilhões de dólares por ano.

O potencial de crescimento por aqui, contudo, é grande, tendo-se em vista que a taxa de penetração (percentagem de compradores que adquiriu o produto, pelo menos uma vez, durante um determinado período de tempo) por aqui é baixa, de 4,62%, atrás, por exemplo, do mercado argentino (6,75%) e do norte-americano (20,3%).