Não raro os dias em Curitiba são cinzentos. Mas apesar do frio em boa parte do ano, do céu comumente nublado e das chuvas constantes, a Capital possui um potencial elevado para geração de energia solar, a ponto de apresentar uma capacidade 39% superior ao da Alemanha, um dos cinco países que mais investe nessa fonte renovável do mundo e o segundo maior produtor de energia solar do mundo, atrás apenas do Japão

Evidência da viabilidade da implantação de sistemas de energia fotovoltaica por meio de painéis, o dado é apenas uma das diversas revelações que traz o Atlas de Energia Solar do Estado do Paraná, lançado nesta semana em Curitiba e fruto de uma parceria entre a Itaipu Binacional, Parque Tecnológico Itaipu, Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
No Paraná como um todo, por exemplo, o potencial da energia solar, embora seja menor que o de outros estados brasileiros, como os do Nordeste, é 43% superior ao da Alemanha. O potencial paranaense é, ainda, 18% superior ao da França e 55% maior que o do Reino Unido.
O Paraná tem um capacidade de produção de energia solar impressionante, muito acima do que as pessoas acreditam. As capacidades de geração são quase ilimitadas, com potencial de geração tão grande como a de grandes usinas, como Itaipu. O objetivo agora é o de fomentar e disseminar esta fonte renovável de energia no estado, afirmou em entrevista concedida em 2014 ao Bem Paraná o professor Gerson Máximo Tiepolo, coordenador do Laboratório de Energia Solar (Labens) da UTPFR e um dos autores do estudo.
Com o Atlas, que está disponível no sítio http://atlassolarparana.com, é possível saber com precisão a energia solar disponível em cada um dos 399 municípios do Paraná ou em qualquer ponto do Estado, inclusive de acordo com a época do ano, servindo como uma importante ferramenta para promover e disseminar o uso desta tecnologia.
Litoral
Se Curitiba apresenta um ótimo potencial de geração de energia solar, o Litoral, por outro lado, não é tão atrativo para esse tipo de atividade. Não à toa, o as menores taxas de irradiação e de produtividade total anual média são encontradas em Matinhos, Guaratuba, Guaraqueçaba, Pontal do Paraná, Paranaguá, Morretes e Antonina, todos na região entre a Serra do Mar e o litoral Paranaense. Por outro lado, o município de Prado Ferreira, na região norte do estado, apresenta os melhores índices.

 

Capacidade da energia fotovoltaica no Paraná é de uma Itaipu

Desde outubro de 2013, quando a Copel conectou o primeiro microgerador solar ao seu sistema, o número de ligações no Paraná tem crescido exponencialmente, em especial nos dois últimos anos, saltando das 100 ligações em novembro de 2015 para 855 em maio deste ano. Assim, o Estado e a Copel ficam em terceiro lugar no número de microgeradores conectados ao sistema de energia elétrica, atrás apenas do grupo paulista CPFL e da mineira Cemig.
Ainda há, contudo, muito a melhorar e em todo o país. Prova disso são as estimativas da Agência Nacional de Energia Elétrica, as quais apontam que a microgeração de energia solar poderá, até 2024, oferecer uma capacidade de geração próxima a de uma Itaipu, com capacidade de geração de 14 mil megawatts ou pelo menos uma Tucuruí, usina hidrelétrica localizada em Belém (PA) com capacidade de 8,4 mil MW.
A Aneel prevê que até 2024 teremos 617 mil microgeradores em todo o país, com potencial de chegar a 1,23 milhão se tiver isenção do ICMS e normas adequadas para o setor, diz o especialista. Hoje, com 11 mil unidades, produzimos 130 MW. Então imagine isso multiplicado por 100. Seria algo próximo de uma Itaipu ou uma Tucuruí, diz Júlio Omori, superintendente de projetos especiais da Copel.