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 Muito além de uma boa estratégia de marketing, as milhas dosprogramas de fidelidade das companhias aéreas e dos cartões de crédito estão longe de serem bônus ou prêmios concedidos pelas empresas para seus fiéis clientes. Na verdade, o consumidor paga por cada ponto de milhagem acumulado que, ao ser trocado, ainda gera novas oportunidades de faturamento para as empresas que atuam na cadeira dos programas de fidelidade.

 

A questão pode ser simplificada da seguinte forma: toda milha aérea emitida é advinda de algum tipo de consumo – compra de passagem aérea, compras no cartão de crédito ou participação em clube de milhagem. O preço pago por cada milha está necessariamente embutido em todas essas transações. Isso porque o funcionamento do programa de fidelidade gera custos e estes valores são sempre repassados aos consumidores finais em forma de taxas e preços mais altos.

 

Na cadeia dos programas de fidelidade, há uma grande linha de serviços que precisam funcionar bem para que os pontos e as milhas sejam distribuídos e possam ser resgatados pelos clientes. O trabalho envolve estabelecimentos filiados à rede, credenciadores que habilitam esses estabelecimentos, bancos emissores de cartão e, por fim, bandeiras de crédito como Elo, Visa, Mastercard. Todos essas empresas de comércio e serviço lucram com a emissão de milhas e, por isso, repassam para o cliente os custos da operação.

 

Vamos a um exemplo prático. Cartões de crédito gold com limites mais baixos e anuidade mais em conta geram, normalmente, um ponto em programa de fidelidade por cada dólar gasto. Já cartões de crédito com altos limites e anuidade mais cara – platinum ou black – podem gerar de 2 a 2,5 pontos por cada dólar pago na fatura. O preço para se obter a pontuação mais alta está embutido na anuidade e no montante de dinheiro que o cliente faz circular nas linhas de crédito do banco. Ou seja, o cliente paga por cada ponto acumulado.

 

Compras feitas à vista, no dinheiro ou no débito, costumam ter desconto, pois não têm relação com toda a cadeia do crédito e dos programas de milhagem. O desconto oferecido é na verdade parte do valor que se paga paraacumular milhas. Nas companhias aéreas o funcionamento é parecido: só se acumula pontos quando as passagens são compradas. Trechos voados com milhas não geram outras milhas.

 

Programas de fidelidade lucram com milhagem e pontos, não apenas porque mantêm clientes consumindo, mas porque recebem por cada milha emitida. Reportagem realizada pela Bloomberg estima que os programas de fidelidade recebam de 1,5 a 2,5 centavos de dólar toda vez que emitem uma milha. O custo para resgate – ao que o cliente tem direito – não chega a 0,5 centavo de dólar por milha. O lucro pode ser de até 70% e, necessariamente, sai do bolso do consumidor.

 

Por esta razão, o cliente deve compreender que as milhas e pontos que acumula valem dinheiro e devem ser aproveitados ao máximo e da forma como desejar. Trocar por passagens aéreas, resgatar produtos, obter descontos em lojas ouvender milhas: o consumidor precisa fazer os pontos acumulados valerem a pena, pois representam dinheiro em circulação e renda extra.

Venda de milhas é oportunidade de renda extra

Atividade que vem crescendo no país, a venda de milhas é uma forma do consumidor usufruir dos pontos que pagou para acumular e que não deseja utilizar viajando ou trocando por produtos sem necessidade.

NaMaxMilhas, líder do setor, o consumidor pode oferecer a partir de 10 mil milhas para venda.  O processo é ágil: milhas Smiles, TudoAzul e Multiplus são vendidas em até três dias úteis. O pagamento pelas milhas negociadas é feito em até 20 dias corridos na conta do vendedor.