NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) – O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta terça-feira que o ditador Nicolás Maduro poderia ser "derrubado muito rapidamente" por militares venezuelanos se eles quisessem.

"É um regime que francamente poderia ser derrotado muito rapidamente pelos militares se os militares decidem fazê-lo", afirmou a jornalista na sede da ONU.

Há duas semanas, o jornal The New York Times afirmou que funcionários do governo Trump se reuniram secretamente com militares venezuelanos para discutir planos para derrubar Maduro.

Os planos, no entanto, teriam sido deixados de lado depois que Washington deixou de fornecer apoio material ao grupo de militares dissidentes, além de vários deles terem sido presos.

Apesar dos planos dos militares, os principais dirigentes opositores mantêm sua rejeição a uma ação militar desde agosto de 2017, quando Trump disse que não descartava usar a opção militar contra o regime.

O governo Trump aplicou nesta terça sanções financeiras contra quatro membros do entorno de Maduro, inclusive sua mulher, Cilia Flores. Outros atingidos são a vice Delcy Rodríguez, o ministro das Comunicações, Jorge Rodríguez, e o ministro da Defesa, Vladimir Padrino.

O Departamento do Tesouro anunciou ainda a apreensão de uma aeronave privada com valor estimado em US$ 20 milhões (R$ 82 milhões) e que seria de laranja do número 2 do chavismo, Diosdado Cabello.

Maduro qualificou as sanções de "covardes". "Não se metam com Cilia. Não se metam com a família. Não sejam covardes. Seu único delito: ser minha esposa. Como não conseguem com Maduro, vão contra Cilia. E tampouco vão conseguir contra Cilia, porque Cilia é uma mulher guerreira", afirmou Maduro na TV.

"As ações de hoje mostram que os EUA vão continuar a adotar ações concretas e enérgicas contra aqueles que estejam envolvidos na destruição da democracia da Venezuela, bem como aqueles que estão se enriquecendo às custas do povo venezuelano", afirmou nota do Departamento do Tesouro.

Já o presidente argentino, Mauricio Macri, chamou a atenção para a crise migratória da Venezuela em sua fala na Assembleia Geral da ONU, e pediu que a ditadura de Maduro deveria reconhecer a gravidade da situação humanitária que enfrenta.

Ele afirmou que vai denunciar a ditadura venezuelana ao TPI (Tribunal Penal Internacional). Em 2017, o então senador Iván Duque, hoje presidente da Colômbia, protocolou denúncia neste fórum.

"Quero me deter para expressar, mais uma vez, nossa preocupação com a situação de direitos humanos na Argentina", afirmou o presidente. "Dada a sua gravidade, a Argentina levará à Corte Penal Internacional a situação relacionada aos crimes de lesa-humanidade da ditadura venezuelana", afirmou.

Segundo ele, a Argentina já recebeu cerca de 130 mil venezuelanos fugindo da crise no país.

"Faço um apelo à Venezuela para que reconheça a crise humanitária, para assim poder liberar a cooperação internacional que atenda às fortes carências de saúde e alimentos dos desabrigados", disse.

Macri diz que a Argentina faz parte de uma resposta regional e ampla que busca enfrentar as dificuldades de milhões de venezuelanos que deixaram o país.