Renato Soares/Banco de Imagens MTur Destinos

O aniversário de Curitiba é nesta sexta-feira (29), mas a principal festa dos 326 anos da capital do Paraná será no próximo domingo (31), do jeito que o curitibano gosta: no Parque Barigui. O local tem floresta, lago e refúgio de diversos animais nativos e migratórios. É um dos parques mais frequentados pelos turistas e moradores, congregando Parque de Exposições, Museu do Automóvel, Centro de Convenções, Casa da Leitura e Teatro da Maria Fumaça, além de áreas de lazer, quadras poliesportivas, cafés e restaurantes.

Os mais de 20 parques, aliás, estão entre os principais atrativos de Curitiba. O mais visitado é o Jardim Botânico, com estufa de vidro e metal que lembra o antigo Palácio de Cristal de Londres. Já os jardins geométricos lembram os da França. Além dos tapetes de flores, tem o bosque de mata nativa e o Museu Botânico, com espécies que são referência nacional. Também é possível visitar o Jardim das Sensações, trilha que o turista percorre de olhos vendados, conhecendo a natureza com os demais sentidos.

Outro atrativo imperdível é a Ópera de Arame, com estrutura tubular metálica e o teto transparente, construída na cratera de uma antiga pedreira. O teatro comporta 1,5 mil espectadores e fica ao lado da Pedreira Paulo Leminski, onde são realizados grandes espetáculos. Outras duas pedreiras, ligadas por um túnel com passarela sobre a água, viraram o Parque Tanguá – com jardins, mirantes e cascatas. É um dos melhores locais para se apreciar o pôr do sol em Curitiba.

A mistura dos imigrantes europeus e de outros continentes se reflete nas festas cívicas e religiosas celebradas por diferentes etnias, danças, músicas, culinária e memoriais dedicados aos antepassados. Essa herança ocupa espaços públicos como parques e bosques, entre os quais estão o Memorial Polonês, no Bosque João Paulo II; o Memorial Ucraniano; no Parque Tingui; o Memorial Árabe, no Passeio Público; e o Bosque Alemão, um dos mais belos de Curitiba, dedicado aos imigrantes e à cultura alemã.

Entre os bairros mais turísticos, Santa Felicidade foi a primeira colônia de imigrantes que vieram do Vêneto, na Itália, para o Brasil, em 1878. O bairro concentra restaurantes típicos, vinícolas, lojas de artesanato e decoração, além de casas tradicionais. O pórtico, a igreja centenária e o cemitério com panteão de 18 capelas em estilo neoclássico são marcas de Santa Felicidade.

O Centro Cívico é a sede dos três poderes do estado (Executivo Legislativo e Judiciário), ao lado do Museu Oscar Niemeyer, com acervo de mais de 2.200 obras de artistas renomados. O projeto de Oscar Niemeyer foi inspirado na araucária, árvore símbolo do Paraná. A forma e as paredes de vidro deram ao MON o apelido de “Museu do Olho”. Ainda na região central, a cidade tem a catedral neogótica da padroeira, Nossa Senhora da Luz, com mais de cem anos. O turista pode aproveitar também para conhecer a Rua das Flores e a Boca Maldita (primeiro calçadão do Brasil), o Palácio Avenida e a Rua 24 horas, além da Universidade Federal do Paraná, a primeira do Brasil, de 1912, e o Teatro Guaíra.

Para se familiarizar com o passado de Curitiba, o turista pode investir em um passeio pelas ruas de pedras irregulares com o casario preservado, as igrejas da Ordem e do Rosário, o velho bebedouro, o Memorial de Curitiba, o Palacete Wolf, a Sociedade Garibaldi, as Ruínas de São Francisco e o Museu Paranaense. O Largo da Ordem é ponto de encontro dos curitibanos à noite, em seus diversos bares, e aos domingos pela manhã, quando acontece a tradicional feira de artesanato.

CONHEÇA – A “grande quantidade de pinheiros”, do guarani kur yt yba, que originou o atual nome da cidade, é outra característica de Curitiba. A região era ponto de parada de tropeiros, condutores de gado, entre o Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais. Aos tropeiros se devem costumes que se uniram aos dos imigrantes europeus, no ciclo da erva-mate e da madeira, quando foi construída a Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba, ligando o litoral ao planalto paranaense.

Um dos passeios mais tradicionais de Curitiba é descer a Serra do Mar de trem até a cidade histórica de Antonina, onde come-se o barreado, prato típico do Paraná. O trem percorre a região de Mata Atlântica, que é reserva da Biosfera da Unesco, atravessando túneis, pontes e abismos com paisagens de tirar o fôlego. O Museu Ferroviário de Curitiba, no prédio da antiga estação de trem, conta a história da ferrovia de 110 km com um desnível de 900 metros de altura entre a serra e o mar.