O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, voltou a negar ontem, em entrevista ao programa “Pânico”, da rádio Jovem Pan, que pretenda disputar a Presidência da República em 2022. Ele alegou que tem “uma questão de lealdade” com o presidente Jair Bolsonaro.
“O que acontece, em 2022, o presidente já apontou no sentido de que ele pretende reeleição. E, claro, sou ministro do governo, vou apoiar o presidente Jair Bolsonaro, não tenho nem como”, garantiu Moro.
Sobre o companheiro de chapa de Bolsonaro, ele disse que o nome ideal seria o atual vice-presidente, general Hamilton Mourão. “Quem vai decidir o vice é o presidente (Jair Bolsonaro)”, disse Moro. Moro ainda voltou a comentar sobre a possibilidade de cisão da sua pasta. Apesar de afirmar que “o assunto está encerrado” – por causa da declaração de Bolsonaro na sexta-feira, que afirmou ser “zero” a chance de divisão -, o ministro considerou que “pode ser que no futuro lá distante volte a se cogitar isso” e defendeu: “Não acho uma boa ideia”. “Os ministérios juntos são mais fortes.”
STF – O ministro disse ainda que a possível indicação para a cadeira do ministro Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal (STF) – que se aposenta compulsoriamente em novembro deste ano ao completar 75 anos – é uma “perspectiva natural e interessante” para a carreira.
Moro, ao começar a responder sobre a possível indicação ao STF, evitou falar diretamente sobre o tema, destacando que não gosta de “discutir vaga quando ela não existe”, reforçando que a escolha do indicado cabe a Bolsonaro e que qualquer decisão “será respeitada”. Contudo, depois acabou admitindo que a vaga no STF representa uma perspectiva “natural e interessante” à sua carreira.
Na entrevista ao “Pânico”, o ministro também afirmou que não tem “perspectiva de ir para a política partidária ou concorrer à eleições”. E frisou: “Eu quero ficar um pouco longe das discussões (políticas) que não são da minha área. Prefiro fazer o meu trabalho.”