O ex-prefeito de Curitiba Saul Raiz morreu, na noite desta sexta-feira (3), aos 91 anos. De acordo com amigos da família, ele sofria de Alzheimer e estava internado no Hospital Nossa Senhora das Graças.

Saul Raiz administrou a cidade de 1975 a 1979, entre duas gestões de Jaime Lerner. Ele era engenheiro formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Carreira

Saul Raiz entrou na vida pública, em 1950, como topógrafo da Prefeitura de Curitiba. Em 1952, se tornou engenheiro da Prefeitura, tendo chefiado a área de Urbanismo na gestão de Ney Braga (1954-1958). Criado a Lei de Zoneamento da capital. É dele também o projeto do Mercado Municipal de Curitiba, inaugurado em 1958.

“Eu vivi intensamente a Prefeitura de Curitiba. A cidade era pequena, conhecíamos todas as ruas”, disse Saul Raiz em entrevista ao Programa Memória Paranaense em 1988.

Em 1960, comandou a campanha eleitoral do candidato Ney Braga ao Governo do Estado. Em 1961, Saul foi nomeado diretor do Departamento de Estradas e Rodagem (DER), entre suas obras está a Rodovia do Café, que liga Apucarana a Paranaguá, passando por Ponta Grossa.

“Eu fui chamado com a missão de unificar o Paraná, ligar Curitiba a Ponta Grossa e Apucarana a Londrina”, contou ele ao Programa Memória.

Canalizou o Belém

Entre as obras de destaque durante sua gestão na prefeitura, está a canalização do Rio Belém, que acabou com as enchentes na região do Centro e Centro Cívico.

O ex-prefeito, no entanto, gostava de destacar seu trabalho na área da educação municipal. Considerava sua principal obra a estruturação de escolas municipais nos bairros – modelo que tem reflexos positivos até os dias atuais, com uma ampla e distribuída rede de ensino espalhada pela cidade.

A tradicional Avenida das Torres também é projeto de sua gestão.

Depois da Prefeitura, voltou ao governo do Estado na segunda gestão do Ney Braga quando criou a Secretaria de Desenvolvimento Municipal que trouxe para o Paraná o primeiro projeto do Banco Mundial de sustentação de empréstimo para as cidades de médio porte. Ficou no cargo até 1982, quando disputou o governo do Estado, sendo derrotado por José Richa.

Manteve-se presente em quadros partidários até o fim da vida.

Filho dos imigrantes eslavos israelitas dona Etla e seu Leizor, foi casado com dona Mirthe, com quem teve as filhas Rosana e Vanessa.