BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente em exercício Hamilton Mourão defendeu nesta segunda-feira (21) duas mudanças que têm sido discutidas pela equipe econômica nas regras de aposentadoria de militares.


Ele avaliou como benéfico o aumento do tempo de permanência no serviço ativo, ampliando-o de 30 para 35 anos, e o recolhimento da contribuição de 11% sobre a pensão recebida por viúvas de militares.


“São mudanças que seriam positivas para o país”, disse Mourão, ao ser perguntado pela imprensa.


As propostas enfrentam resistência junto às Forças Armadas. Ao tomar posse, o novo comandante do Exército, Edson Pujol, defendeu que o atual sistema dos militares seja mantido.


Mourão ressaltou, contudo, que as alterações têm sido discutidas pelas Forças Armadas e defendeu uma regra de transição, para quem já está no serviço militar, para o aumento do tempo de serviço.


“Em tese, é um aumento, com uma tabela para quem já está no serviço, um tempo de transição”, afirmou.


No início da manhã desta segunda, o presidente em exercício recebeu o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. Ele não informou se o tema foi tratado na reunião.


“Foram dois amigos que vieram bater um papo. E fiz uma brincadeira com ele, que é botafoguense. Só isso”, disse, referindo-se à derrota da equipe carioca na estreia do campeonato estadual.


O general, que assumiu o posto de presidente interino no domingo (20), com a viagem de Jair Bolsonaro à Suíça, disse que conduzirá a máquina pública “sem marola”. “Só tocando a bola para o lado”, afirmou.


À noite, Mourão voltou a ser questionado sobre a necessidade de mudanças na aposentadoria dos militares.


Apesar de declarações públicas de comandantes das Forças Armadas contrárias à inclusão de militares na reforma da Previdência, Mourão negou que haja resistência no grupo.


“Não, militar não resiste, são os mais fáceis, pô”, afirmou.


Questionado sobre se o aumento do tempo de trabalho e a tributação de pensões de viúvas era um tema pacificado entre os militares, o vice-presidente respondeu apenas que esses assuntos “estão sendo discutidos”.


O presidente em exercício repetiu que a proposta de reforma da Previdência só deve ser apresentada após a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, marcada para 1º de fevereiro.


Ele ainda negou que as investigações sobre movimentações atípicas, que envolvem um dos filhos do presidente, o senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ), possam atrapalhar as negociações do Executivo com o Legislativo para aprovação da reforma da Previdência.